College Bowl Season 2015 – Parte 1

Paulo Pereira 4 de Janeiro de 2016 Análise Jogos College, College Comments
LSU Tigers

College Bowl Season 2015 – Parte 1

Fournette. Era expectável que Fournette, vindo de temporada excelente, fosse o protagonista, face à ausência de resistência contrária, no jogo corrido. E ele confirmou, dentro de campo, com 212 jardas em 29 corridas, massacrando a defesa opositora e marcando 4 touchdowns. A média de jardas por corrida, de 7,3, dá bem a ideia da fragilidade adversária, mas mostra igualmente a excelência de Fournette, destinado a ser uma estrela na NFL, a partir de 2017.

LSU, 56 vs Texas Tech, 27 – Texas Bowl

O jogo entre LSU e Texas Tech prometia e não defraudou expectativas. Quem acompanhou, mesmo que minimamente, a temporada regular do college, sabia que podia esperar um encontro repleto de big plays e com dois jogadores no epicentro das mesmas: Leonard Fournette e Patrick Mahomes. O primeiro, running back de LSU, foi um dos melhores jogadores da temporada, um atleta fenomenal, claramente num patamar acima de muitos dos seus colegas na posição. O segundo, quarterback de Texas Tech, dinâmico e capaz de encarnar o espírito correcto para o sistema ofensiva implementado no programa futebolístico, com forte vinco no passe.

LSU

Os Tigers finalizam a temporada com uma nota positiva, depois da montanha-russa de emoções que os viu ir de 7-0 e nº 2 no ranking, até a 3 derrotas consecutivas e com o head coach Les Miles na corda bamba. Reafirmada a confiança em Miles, a equipa como que ganhou uma nova serenidade, presenteando os seus fãs com mais um triunfo numa bowl, feito sempre digno de encómios. Agora, as expectativas são bem mais elevadas. Com um 9-3 final e uma provável entrada na temporada de 2016 no top-15 nacional, chegou a altura dos Tigers disputarem a hegemonia na SEC e entrarem nos playoffs. O voto de confiança em Miles não o coloca a salvo de nova onda de especulação, se LSU voltar a fraquejar, nos momentos decisivos.

Texas Tech

Os Red Raiders evoluíram, terminando a época com um 7-6 que lhes confere algum optimismo, pese a derrota averbada. A equipa liderada por Kliff Kingsbury melhorou o 4-8 de 2014, dando um passo em frente e criando uma onda de esperança para 2016, naquela que será a 4ª temporada de Kingsbury com a equipa. Para já, existe a certeza quanto ao regresso de Mahomes, que manterá o ataque em forma apurada mas, para que exista uma evolução substancial, será necessário melhorias profundas no sector defensivo. A equipa terminou a regular season no medíocre 125º lugar, na defesa contra a corrida. E foi essa fraqueza que lhes custou o triunfo na bowl deste ano. Se a unidade defensiva melhorar o seu nível exibicional, estes Red Raiders podem ser explosivos.

O Jogo

LSU fez aquilo que melhor sabe. Correu. E fazer isso, com Fournette, contra uma equipa que, como escrevi acima, é péssima na run defense, é meio caminho andado para o triunfo. Os Tigers terminaram o jogo com 384 jardas no solo, em 40 corridas, numa obscena média de 9,6 por corrida. Texas Tech procurou rivalizar com aquilo que também faz melhor. O jogo aéreo. Patrick Mahomes passou para 370 jardas e 4 touchdowns, mantendo a empatia com o receiver Jakeem Grant, impressionante com 10 recepções, 125 jardas e 3 TDs. Mas foi curto, para manter os Red Raiders na corrida. A DL de LSU importunou todo o jogo Mahomes, nunca o deixando confortável no pocket (6 sacks e mais 10 hits), numa pressão asfixiante, que deu resultados nos dois últimos períodos.

MVP do Jogo

Fournette. Era expectável que Fournette, vindo de temporada excelente, fosse o protagonista, face à ausência de resistência contrária, no jogo corrido. E ele confirmou, dentro de campo, com 212 jardas em 29 corridas, massacrando a defesa opositora e marcando 4 touchdowns. A média de jardas por corrida, de 7,3, dá bem a ideia da fragilidade adversária, mas mostra igualmente a excelência de Fournette, destinado a ser uma estrela na NFL, a partir de 2017.

Baylor, 49 vs North Carolina, 38 – Russell Athetic Bowl

Art Briles, o head coach de Baylor, é um feiticeiro. Só pode. O homem que tornou relevante o programa futebolístico da pequena universidade, tornando-a perene contendora na conferência, continua a operar milagres. Baylor é relevante, nacionalmente, uma das equipas mais empolgantes do college, nos últimos anos. Mas o cenário para esta bowl, contra a surpreendente e excelente equipa de North Carolina, era aterrador. Briles tinha os seus dois quarterbacks (Seth Russell e Jarrett Stidham) lesionados. Assim como o principal running back (Shock Linwood) e um dos melhores receivers da competição (Corey Coleman). Ao lote de baixas ainda se podia juntar o right tackle Pat Colbert, mostrando que a tarefa que aguardava a equipa era hercúlea. Mas, como num passe de mágica, Briles conseguiu gizar um criativo plano de jogo, mantendo a equipa competitiva, apesar das ausências. E foi premiado com um inesperado, mas gratificante, triunfo. Como é que isso aconteceu? Numa mudança de chip. Baylor tornou-se, da noite para o dia, uma máquina de corrida, mas uma que nunca se tinha visto. Baylor estabeleceu um novo recorde numa bowl, correndo 645 jardas. Não há gralha. Foram 645 jardas, quebrando um recorde datado de 1996, quando Nebraska correu 524 na Fiesta Bowl. Numa bizarra, mas produtiva, performance, com Briles a explorar tudo o que podia, Baylor usou 5 jogadores diferentes na posição de quarterback, todos eles jogando especificamente noutras posições.

Baylor

Briles mostrou que é uma das mentes mais inovadoras existentes no college, com uma forte acutilância ofensiva. A exibição da equipa, com um total de 756 jardas, entra para os anais da história, mostrando igualmente que existe depth e capacidade de adaptação, face às circunstâncias. A pergunta que fica no ar, após isto, é até onde Baylor poderia chegar, se não fossem as lesões, nomeadamente a de Seth Russell, que provocou um impacto imediato na série vitoriosa da equipa. Os ingredientes para uma corrida para os playoffs, em 2016, estão lá todos.

North Carolina

A temporada termina de forma amarga e será recordada, não pela fantástica prestação da equipa na conferência, numa das melhores temporadas de sempre na história da universidade, mas pela forma como foram derrotados na bowl. Larry Fedora, o treinador, terá que tirar ilações da quebra inexplicável da defesa, impotente perante um ataque que foi unidimensional e se limitou a correr. O talento, trabalho e qualidade no recrutamento estão à vista e se forem limados os erros habituais (como os turnovers na red zone, que voltaram a acontecer e a ser decisivos para o resultado final, no fumble de TJ Logan) e a defesa evoluir, no 2º ano com o coordenador Gene Chizik, o ano de 2016 poderá ser similar, em termos de sucesso na regular season.

MVP do Jogo

Johnny Jefferson foi O jogador. Foi sobre ele que recaiu a responsabilidade e a parte mais dura e árdua do trabalho, e o running back não esmoreceu. Pelo contrário, foi veloz, poderoso., elusivo, parecendo sempre ter um truque na manga, trucidando quem lhe aparecia pela frente. Em apenas 23 corridas conquistou 299 jardas, marcando por 3 vezes, com o momento alto do jogo a ser o seu touchdown de 80 jardas, no 3º período. As jardas conquistadas deram-lhe o número mágico que todos os running backs procuram: as 1000 jardas na season. Grande exibição.

Wisconsin, 23 vs USC, 21 – Holliday Bowl

Foi um encontro atípico, com um 1º período sem qualquer score, seguido de acção desenfreada nos restantes, com Wisconsin a passar para a frente do marcador no 2º, a deixar-se ultrapassar no 3º e a readquirir a liderança no 4º e último período do encontro. Nos Badgers, o kicker Rafael Gaglianone marcou 3 field goals, com a equipa a obter 2 touchdowns, um corrido, graças a Corey Clement, e o outro no jogo de passe. Do lado contrário esperava-se bem mais dos Trojans, que voltaram a desiludir a sua imensa massa de adeptos, pese os 2 TDs obtidos por Justin Davis.

Wisconsin

Desde 2009, é a 5ª temporada em que Wisconsin obtêm um mínimo de 10 vitórias, validando o programa futebolístico como um dos mais regulares na qualidade, não só na Big Ten, mas também a nível nacional. O jogo constituiu o culminar perfeito para a defesa dos Badgers, chegada a esta bowl como a nº 1 da competição. Defrontando o ataque dos Trojans, 30º melhor da prova, deu mais uma vez provas de competência, mantendo o adversário com apenas 21 pontos e conseguindo evitar, na última drive, que Kessler provocasse perigo. Wisconsin tinha acabado de passar para a frente, no último dos kicks de Gaglianone, mas os 2 minutos no cronómetro e os meros 2 pontos de avanço não deixavam ninguém sossegado. Valeu a intervenção preciosa de Jack Cichy, um monstro omnipresente, disruptivo e aplicador de pressão, que obrigou Kessler a lançar em desespero…para as mãos de Sojourn Shelton, jogador dos Badgers. Foi o the end no encontro.

USC

Numa temporada repleta de confusão e caos, que levou à destituição de Steve Sarkisian, o head coach com o estranho hábito de aparecer alcoolizado nos meetings da equipa, não se podia esperar um final de glória. O treinador interino, Clay Helton, herdou um grupo de jogadores com qualidade, mas claramente afectado pela envolvência que rodeou a equipa. E isso sentiu-se nos dois jogos finais, com USC a claudicar na final da Pac-12 (contra Stanford) e agora, contra Wisconsin. O futuro imediato que se avizinha é de pressão. Intensa. USC tarda a regressar aos tempos aureos e a tarefa em 2016 não será fácil, para destronar Stanford do topo da conferência.

MVP do Jogo

Jack Cichy, who else? O linebacker terminou a partida com 9 tackles, 3 tackles for loss e 3 sacks, curiosamente obtidos consecutivamente, em 3 downs que roubaram 24 jardas a USC.

About The Author

Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.