College Football: Week 10

Paulo Pereira 5 de Novembro de 2013 Análise Jogos College, College Comments
College Football

College Football: Week 10

Mais uma semana do College no espelho retrovisor. O tempo passa depressa, quando nos divertimos. A Week 10 clarificou o caminho para Atlanta, onde será disputada a final da BCS? A resposta correcta à questão é um NIM. Ou seja, nem um sim confiante, nem um não categórico. No jogo que constituía o prato forte do fim-de-semana, os Seminoles de Florida State fizeram nova declaração, perante uma audiência massiva, de que têm que ser lavados em conta. Depois de terem desmantelado as pretensões de Clemson, o embate contra Miami reunia as atenções. Percebia-se o porquê. Duas universidades históricas, invictas, que procuram revitalizar o programa futebolístico. O resultado final de 41-14 dá bem conta da supremacia – e qualidade – dos Seminoles, cada vez mais uma máquina lubrificada, que ultrapassa todas as adversidades. No jogo menos conseguido do prodígio Jameis Winston (duas intercepções que levaram a duas drives dos Hurricanes, terminadas em touchdowns), a equipa mostrou uma vasta gama de soluções, que permitiram vencer de forma confortável. O MVP da partida? Devonta Freeman, running back, que terminou com 176 jardas e 3 TDs. E é isto. Mesmo com Miami a jogar no limite, mantendo-se na corrida pelo resultado até ao início do 3º período, e com Winston a fraquejar nos passes, Florida State venceu. Fê-lo, como comprova o resultado, com aparente facilidade. E essa é a principal característica de um putativo candidato. Tal como Alabama, que vence os obstáculos, mostrando uma faceta nova. Ou Oregon, que na semana passada, num jogo de importância similar a este dos Seminoles (defrontava UCLA), trucidou por 42-14. É por isso que, se se recordam, a pergunta que abre o texto, não tem uma resposta definitiva. Nem elucidativa. Existe, actualmente, um fosso entre os três nomes mencionados, e o restante top-25. Ohio pode ainda intrometer-se na luta pela presença na final. LSU ou Stanford têm igualmente uma palavra a dizer. Mas, atrevo-me a afirmar, serão Alabama, Oregon ou Florida State a estar presentes na partida decisiva. Quem cairá, deste trio? É essa a pergunta do milhão de dólares…

Novembro é o mês de todas as decisões. No último estertor, com a meta à vista, bem lá no fundo, existe uma mão cheia de jogos de importância acrescida. A Week 11, a disputar já no próximo fim-de-semana, pode ajudar a clarificar algumas das perguntas que, teimosamente, ainda não obtiveram resposta. Na 5ª feira à noite, Oregon terá provavelmente o derradeiro teste às suas capacidades, quando for a Stanford (7-1). Este é o jogo que estará, por certo, marcado no calendário de todos os fãs dos Ducks. No ano passado, sensivelmente na mesma altura, quando Oregon parecia embalada para marcar presença na final nacional, a derrota em Eugene, Stanford, por apertados 17-14, liquidou as aspirações. E este ano, como será? O interesse na week 11 não termina de forma prematura, na 5ª feira à noite, independentemente do resultado. Há mais. Muito mais, para nos manter a todos colados ao sofá, atentos. Baylor, o mais explosivo ataque da competição, fulgurante no seu recorde de 8-0, recebe Oklahoma (7-1), naquele que será o primeiro teste a sério para os Bears, a ex-equipa de RG3. No Sábado teremos a reedição de um duelo apaixonante, uma rivalidade crescente na SEC. Falo, claro, do embate entre Alabama e LSU (7-2), com os Tigers a serem o derradeiro teste à equipa de Nick Saban. Temos assim, num espasmo temporal de 3 dias, a possibilidade de vislumbrar a luz ao fundo do túnel. Ou, no inverso, assistir ao caos nos lugares cimeiros. Imaginem só que Oregon e Alabama perdem? E que Baylor vence? Com Ohio State em semana de bye, este cenário provocaria cálculos extremos, com mais um punhado de equipas (Missouri, Texas A&M, LSU, Stanford) a poderem almejar a algo mais do que a simples presença numa Bowl.

A Week 9 em Resumo

  1. Ohio State venceu Purdue, por 56-0. Nada de especial, face à evidente fragilidade do adversário. Para o que importa, os Buckeyes continuam invictos, quase à 2 anos seguidos. Pese isso, arrisca-se a ficar de fora das decisões. E porquê? Pela shedule, simples assim. Jogando na Big 10, os adversários não representam um grau de dificuldade similar aos da SEC, por exemplo. À equipa de Urban Meyer resta vencer os confrontos que restam…e rezar. Por derrotas dos contendores à sua frente no ranking. Dois deles terão que sentir o travo amargo da ausência de triunfos para que Ohio possa ter pretensões de disputar a final. Até lá, o QB Braxton Miller continuará a brilhar, completando 74,4 % dos seus passes, enquanto o RB Carlos Hyde, um dos melhores na prova, tentará aumentar o número de jogos consecutivos acima das 100 jardas, que já vai em 5.
  2. São sempre interessantes os encontros apimentados por rivalidades, como o duelo entre as universidades de Michigan (os Wolverines) e Michigan State (os Spartans). Estes últimos, detentores de uma das melhores defesas da competição, não permitiram qualquer veleidade ao adversário, vencendo por 29-6. O seu pass rush foi temível, mantendo o quarterback contrário, Devin Gardner, desconfortável durante todo o jogo. Foram 4 sacks no primeiro período, incendiando o estádio, e mais 7 no desenrolar da partida. A estatística mais vital, que mostra bem a agressividade sufocante colocada em campo, é a das jardas corridas. Os Wolverines terminaram com menos 48. Leram bem. Com os sacks e um snap mal efectuado, que sobrevoou o QB, Michigan terminou com saldo negativo no solo. Homem do jogo? Difícil escolher, mas os 9 tackles e os 3 sacks do linebacker dos Spartans, Denicos Allen, conferem-lhe o pódio mediático.
  3. Num encontro entre duas das desilusões da temporada – Nebraska (5-2) e Northwestern (4-4), esteve o final mais empolgante, dramático e surpreendente do fim-de-semana. Com dois heróis improváveis. A história conta-se num ápice. Northwestern teve uma liderança de 21-7. Depois, cedeu o empate, a 21. A 1 minuto e 20 segundos do final, passaram para a frente, com um field goal certeiro. 24-21. O ataque de Nebraska foi parado, sobre a linha de meio-campo. Com míseros segundos para jogar e uma última bala no cartucho. O derradeiro down. Como QB de Nebraska um perfeito desconhecido, com apenas 45 passes tentados na sua carreira. Ron Kellogg III. O Hail Mary, que sobrevovou 49 jardas, foi apanhado por outro herói improvável, o receiver Jordan Wsterkamp, um freshman com apenas 13 recepções nesta temporada. A improvável vitória, no último suspiro, pode dar um boom a Nebraska, na Big 10, agora com um 6-2. Mas constitui um duro revés para os Wildcats. Em Outubro, Northwestern estava 4-0, ocupando um respeitável 16º lugar no ranking, merecendo a visita do reputado programa ESPN College GameDay. Foi esse o ponto alto na história do programa. Depois, derrota tangencial contra Ohio, a que se seguiram mais 3, perante um avolumar de lesões. Contra Nebraska, a derrota foi o último prego no caixão na equipa de Pat Fitzgerald, em risco de falhar a presença numa Bowl, algo que seria inédito desde 2007. Os adversários que faltam? Michigan e Michigan State. A vida está dura para os lados da universidade sedeada em Chicago.
  4. Look who’s back. USC, desde a destituição de Lane Kiffin de head coach, só tem vencido. Com Ed Orgeron transitoriamente a chefiar as tropas, USC conseguiu uma concludente vitória, no terreno de Oregon State, por impressivos 31-14. Marqise lee, o astro WR, regressou de lesão evidenciando as características que o celebrizam, marcando um TD de 71 jardas. Mas a verdadeira estrela do jogo foi o running back sophomore Javorius Allen, com 133 jardas corridas e 3 scores, complementado por Silas Redd (RB que desertou do programa de Penn State, após o escândalo que envolveu a universidade), com mais 122 jardas terrestres. A vitória assume contornos importantes, dado que USC passa a ostentar um 3-0, contra adversário da PAC-12. Quem diria que a equipa de Los Angeles ainda entraria nas contas do título de conferência?
  5. O grande favorito na preseason a vencer a Big 12, Oklahoma State, conseguiu uma vitória concludente, contra Texas Tech (7-2). Os Cowboys desenvolveram um poderoso jogo corrido, que lhes tem trazido dividendos. A vitória por 52-34 coloca a equipa com um 7-1, com 4-1 na própria conferência, em grande parte devido ao referido jogo corrido. Contra Tech foram 281 jardas terrestres, com Desmond Roland a brilhar com 3 TDs.
  6. O encontro entre Geórgia e Florida parecia promissor, no início da época. Mas agora, com ambas as equipas pejadas de lesões e já com várias derrotas averbadas (Geórgia está com um 6-3 e os Gators com 4-5), limita-se a ser uma mera menção de rodapé. É pena. Um jogo onde intervenha Todd Gurlay, RB de Geórgia, merece ser visionado. Depois de três jornadas arredado da titularidade, por lesão no joelho, ele regressou. E marcou a diferença. 17 corridas, 100 jardas e o obrigatório TD, acrescidos de 3 recepções, mais 87 jardas e novo score. Os Gators ainda recuperaram de um parcial de 20-0, encostando ao adversários, nos instantes finais, mas foram incapazes de realizar o comeback. A derrota, por 23-20, é a terceira consecutiva na temporada e, pior, corresponde ao terceiro desaire seguido contra Geórgia.
  7. Missouri tem sido um dos destaques da temporada, na sua 2ª época na SEC. Privados da sua estrela, o QB James Franklin, perderam contra South Carolina, na semana passada, mas recuperaram a dinâmica, destroçando Tennessee, por concludentes 31-3. Com Maty Mauk a titular, no lugar de Franklin, a corresponder no desempenho dentro de campo, Missouri terá agora uma recta final pejada de dificuldades, tendo que defrontar Ole Miss e Texas A&M, sabendo que, se averbar mais uma derrota, ficará arredada do 1º lugar na SEC East. E, com isso, a perda do direito de ir à final de conferencia, provavelmente contra ‘Bama.
  8. Já há muito que não escrevia nada sobre os Texas Longhorns. As duas derrotas averbadas nas três primeiras jornadas levaram à conclusão precoce de que os Longhorns eram uma carta fora do baralho. Nada de mais errado. Desde a derrota contra Ole Miss, a equipa de Mack Brown só tem sabido vencer, estando neste momento invicta na Big 12, liderando a conferência. Neste fim-de-semana despacharam Kansas por 35-13, restando agora mais uns quantos adversários que elevarão a fasquia exibicional. Fora, contra West Virgínia. Depois, Oklahoma State, Texas Tech e Baylor. Final de loucos, numa série de jogos apelativos e com prováveis scores elevados.

E agora, o cartaz do próximo fim-de-semana:

  • Oregon at Stanford, Thursday (9 p.m. ET)
  • Oklahoma at Baylor, Thursday (7:30 p.m. ET)
  • LSU at Alabama, Saturday (8 p.m. ET)

E, para o final, os melhores momentos da Week 9. Com direito a Hail Mary e tudo.

http://espn.go.com/blog/ncfnation/post/_/id/87154/week-10-top-plays

About The Author

Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.