O Draft de 2014 é Já a Seguir…

Paulo Pereira 15 de Novembro de 2013 College, Jogadores College Comments
Quarterback Draft 2014

O Draft de 2014 é Já a Seguir…

Não quero ser portador de más notícias. Nem ser apelidado de desmancha-prazeres. Mas já repararam que voaram 11 semanas da regular season? Mais de metade da temporada é agora parte da memória colectiva. Faltam ainda vários momentos emocionantes e, depois, os playoffs. Mas depois disso, chega o desespero. Aquela sensação de perda, com cerca de 8 meses sem futebol americano para ver. Um dos únicos motivos de real interesse, nessa longa travessia do deserto, é o draft. A verdadeira montra de talento, apresentada ao vivo num estilo hollywoodesco, com pompa e circunstância. É de lá que virá a matéria-prima que pontuará os sonhos dos adeptos, criando bolsas de expectativa e fé na resolução dos problemas das franquias amadas. Durante uns tempos, os adeptos dos Jaguars, Buccanneers, Vikings e outros imaginarão que aquela fornada de suposto talento irá colmatar qualquer falha/problema na equipa, dotando-a de armas para se tornar, num passe de mágica, em contender. Esta é uma terra de ninguém onde, durante largas semanas, todos os sonhos são permitidos. Antes do regresso da realidade. Nua e crua.

Até ao draft, temos tempo suficiente para fazer os trabalhos de casa. Basta pegar num caderninho (para os mais refinados pode ser um caro moleskine) e começar a acompanhar, através de streams de má qualidade, o College, a religião de Sábados à tarde e noite. A informação é tanta que, confesso, qualquer um se perde perante a imensidão de estatísticas e exibições memoráveis. Por isso, nesta altura, aparecem os gurus, profundos conhecedores da competição, analisando de forma detalhada e minuciosa os prospects disponíveis. Um deles, que acompanho de forma religiosa, é o Walter Football, com um site sumarento, repleto de informações. Aqui, http://walterfootball.com/draft2014WR.php

É sempre curioso ver quem é o quarterback a aparecer em 1º. E o running back. E o wide receiver. Quem são os eleitos de Walter? Hoje limito-me a trazer os quarterbacks, essa classe a quem tudo é exigido, suportando uma onda de pressão imensa, durante a carreira. Para as semanas seguintes, e de forma regular, serão aqui colocados os nomes cimeiros nas restantes posições, quer no ataque, quer na defesa, com as apreciações/conclusões do Walter Football. Não se enganem. As conclusões são mesmo do site. Não queremos nenhum leitor mais zeloso a apontar-nos o dedo, acusando-nos de plágio.

1. Teddy Bridgewater, Louisville

Teddy Bridgewater

Teddy Bridgewater

Considerado top-10 pick, Bridgewater é apontado, por muitos, como putativo nº 1 do draft. Pontos fortes reconhecidos: boa força de braço, capacidade de efectuar o passe, mesmo sob pressão, óptimo equilíbrio no pocket e enorme paciência, não se precipitando na leitura das jogadas. Confesso que tenho enorme curiosidade em vê-lo jogar. A competição a que foi sujeito, até agora, é bem menor do que a maioria dos outros nomes constantes na lista, sem adversários de peso reconhecido. Isso ajuda, quando se analisam estatísticas…

2. Marcus Mariota, Oregon

Marcus Mariota

Marcus Mariota
Foto de Jonathan Ferrey/Getty Images

Mais um QB projectado para sair no top-10, Mariota merece rasgados elogios na análise de Walter. Strong arm, tamanho e mobilidade. É aqui que reside o elevado potencial de Mariota. Mobilidade. Rápido no jogo corrido, fere as defesas com o braço e em corrida, necessitando de refinar o lançamento e algum do footwork. Isso não retira interesse no prospect. São poucos aqueles que, vindos do College, não necessitam de ajustes em algumas das skills. Mariota é um jogador empolgante, que tem tudo para vencer no mais alto nível. Será que Chip Kelly, o seu antigo treinador nos Ducks, o resgatará para os Eagles?

3. Brett Hundley, UCLA

Brett Hundley

Brett Hundley
Foto de Stephen Dunn/Getty Images

É ainda relativamente anónimo. Poucos, fora da esfera dos hard fãs que analisam todas as facetas dos jogos, conhecerão o quarterback que colocou novamente UCLA no mapa. Perdida no turbilhão de sentimentos que a fenomenal temporada de Manziel provocou, no ano passado, a época de Hundley roçou a excelência. Pese isso, fiquei algo surpreendido com a colocação dele em 3º, na lista. Motivos para a posição, segundo o site? Como alguns dos outros jogadores que farão parte da lista, a dupla ameaça que representa. Precisando de ajustamentos na paciência e nas decisões que toma, é o protótipo do QB atlético, detentor de notável braço e com uma excelente curva de aprendizagem.

4. Johnny Manziel, Texas A&M

Johnny Manziel

Johnny Manziel

Agora sorri, enquanto teclava o nome. É o meu predilecto, garantia de espectáculo aos Sábados. Jogador empolgante, primeiro freshman a vencer o Heisman Trophy, colocou a universidade no mapa, desafiando poderes instituídos na SEC. É a sua habilidade para a corrida que mais se destaca, juntamente com a imprevisibilidade. Neste seu segundo ano, no entanto, Manziel evoluiu no jogo aéreo, tanto a nível de passes completos, como no quesito precisão. De resto, a análise de Walter é significativa: Footwork, precisão, visão de campo foram áreas em que a progressão foi notória. Pergunto eu: estão à espera de quê para apostar nele? (e rezo baixinho para que Rick Spielman o eleja como alvo dos Vikings). Johnny Football está a caminho da NFL. Iupiiiiii.

5. Tajh Boyd, Clemson

Tajh Boyd

Tajh Boyd
Foto de Streeter Lecka/Getty Images

Jogando numa palpitante equipa que, contudo, soçobra nas alturas cruciais (geralmente quando encara a besta negra, Florida State), Boyd tem evoluído de forma contínua, artífice de um ataque excitante (que já contou com André Ellington, agora nos Cardinals e DeAndre Hopkins, receiver dos Texans), Boyd é um QB mais clássico do que aqueles que o antecedem na tabela. Detentor, também ele, de um braço sólido, que explora regularmente em lançamentos downfield, é-lhe apontado apenas como factor deficitário a tendência para ganhar peso. Morfologicamente, Boyd é um prospect ao estilo de Roethlisberger, o que não o deverá impedir de sair nos dois primeiros rounds.

E então, o que acharam desta mini-lista criada pelo Walter Football? Concordam com ela? Ficaram frustrados e/ou indignados pela ausência de algum nome? Se sim, quem acham que mereceria mais a honra de figurar nos cinco primeiros? E quem tirariam de lá?
A lista é evolutiva. Se pesquisarem no referido site, existem actualizações regulares, que vão premiando o progresso de alguns jogadores e penalizando outros, estagnados no limite das suas capacidades. Nomes como Aaron Murray (Geórgia), AJ McCarron (Alabama), Zach Mettenberger (LSU), David Fales, Derek Carr (Fresno State) e Braxton Miller (Ohio) aparecem por lá, em posições mais baixas. Muita coisa irá mudar, até Abril. Faltam duas semanas para terminar a regular season no College, as finais de conferência e as Bowls. Depois disso, ainda teremos o Sénior Bowl, onde alguns dos mais emblemáticos jogadores são convidados para treinarem, sob supervisão de técnicos experientes, antes de participarem no Combine. Finalmente, um factor a ter em conta: os relatórios dos scouts, que cada franquia da NFL recebe. Alguns, com acesso a informações extra-campo, podem arrasar uma carreira, antes desta sequer se iniciar.

About The Author

Paulo Pereira

O meu epitáfio, um dia mais tarde, poderá dizer: “aqui jaz Paulo Pereira, junkie em futebol americano”. A realidade é mesmo essa. Sou viciado. Renascido em 2008, quando por mero acaso apanhei o Super Bowl dos Steelers/Cardinals, fiz um reset em [quase] todos os meus dogmas. Aquele desporto estranho, jogado de capacete, entranhou-se no meu ADN, assumindo-se como parte integrante da minha personalidade. Adepto dos Vikings por gostar, simplesmente, de jogadores que desafiam os limites. Brett Favre entra nessa categoria: A de MITO.