Como Escolher a Nossa Equipa da NFL
Embora a descoberta da NFL faz-se muitas vezes através do apoio a uma equipa específica, muitos são aqueles que tropeçam de jogo em jogo até ficar com uma perceção da modalidade sem no entanto chegar a assumir um compromisso com um dos 32 emblemas da liga rainha. Para a maioria dos estrangeiros a realidade Americana é um universo longínquo que não tem correspondência nem no seu quotidiano, nem no seu património familiar pelo que a escolha poderá revelar-se complicada. Tornar-se “adepto” de uma equipa é ainda assim um passo essencial para qualquer fã de futebol americano pela intensidade que proporciona a ligação afetiva tanto nas vitórias como nas derrotas. Se ainda não tiver par prepare-se porque estamos prestes a encontrar o clube pelo qual “torce desde pequenino”… O facto de o ter feito através da leitura de um breve artigo pode ficar entre nós.
De LeBron para Tannehill: O Futebol Como Segunda Modalidade
O Futebol Americano é para muitos fãs uma modalidade descoberta após um contacto mais prolongado com outra modalidade Estado-unidense. O caso mais frequente é o da NBA que pela relativa popularidade do basquete no continente Europeu consegue captar as atenções de muitos habitantes do velho continente. Nos países da Europa do norte o hóquei no gelo local poderá ser o eixo de ligação com a NHL assim como os nossos leitores brasileiros com ligações a países de língua hispânica poderão ter ligação com o baseball da MLB. Em todo o caso quem diz ligação a uma modalidade diz forçosamente ligação a uma equipa e isso poderá deixar-nos uma pista sobre o seu futuro clube da NFL.
Escolher a equipa da NFL mais próxima da sua equipa favorita da NBA poderá trazer uma certa coerência à sua decisão. Ao apoiar as modalidades de determinada área o seu gosto desportivo ganha um certo regionalismo bastante apreciado entre os apaixonados pelo desporto e que contrasta com qualquer decisão feita por questões de performance (o fã que só aparece quando a equipa consegue bons resultados é frequentemente alvo de gozo).
Ao fazer essa escolha deverá aliás preparar-se para levar com resultados potencialmente desapontantes. Se a sua equipa da NBA for boa a probabilidade do seu equivalente NFL ser proporcionalmente mau é altamente provável. O fenómeno explica-se pelo facto de uma modalidade tradicionalmente talentosa conseguir subjugar as atenções dos locais em detrimento das suas modalidades vizinhas que, desleixadas, perdem a força necessária para dar a volta à situação e entrem num círculo vicioso que vinca as preferências desportivas de determinada região para o todo sempre (ou assim parece).
Não sinta portanto necessidade em fazer desse critério a sua escolha pois os próprios Norte-americanos optam muitas vezes por escolher equipas localizadas a milhares de quilómetros de distância para conseguir temporadas do melhor que a modalidade pode oferecer. Um dos exemplos mais explícitos dessa tendência é o caso dos Los Angeles Lakers que conseguem adeptos um pouco por todo o lado no continente Norte-Americano.
Escolher a sua equipa com base na localização de outra que já aprecia é uma boa opção para quem privilegia a coerência em detrimento da performance.
Corpo de Europeu alma de Texano: A paixão por uma região
No seguimento do raciocínio que nos faz escolher uma equipa pela sua proximidade regional com outra do nosso gosto, é perfeitamente possível escolher a sua “franquia” de raiz e marcar no mapa dos USA a sua nova terra adotiva.
A Escolha poderá ser feita tanto pela experiência como por uma apreciação platónica embora a primeira opção seja a mais recomendável (a emotividade é a palavra mestre da apreciação desportiva).
Por experiência entende-se a viagem que fez no verão passado à Florida e que o marcou o suficiente para fazer do golfinho o seu novo animal favorito ou do estágio profissional que fez em Chicago e que o deixou feito urso. Até poderá ser por uma viagem meramente concretizada nos seus sonhos: Se passa as horas vagas a imaginar cowboys galopantes nos desertos do Texas talvez o seu equivalente de capacete seja a melhor opção para si. Dar asas à sua imaginação e criar uma ligação pela região por aquilo que ela é na sua cultura e geografia através da experiencia poderá ser uma opção altamente compensadora pela sua emotividade e pela sua coerência natural.
No caso da escolha pragmática falamos em optar por uma análise feita do zero. Se retirarmos da equação a questão da performance, poderá ser interessante contemplar a cultura dos adeptos de determinada região. Será que esta região tem muitos ou poucos adeptos? Como são os adeptos? Identifico-me com eles? Qual é o valor de apreciação da modalidade naquela zona? Se conseguir respostas positivas a essas perguntas talvez tenha encontrado uma opção satisfatória. Por outro lado a cultura regional da modalidade poderá não ser o único critério. Se optar por perder-se nas páginas wikipedia e escolher, como que por catálogo, a região que lhe parece ter “melhor pinta” poderá criar a partir desse contacto uma relação com a sua equipa da NFL. A parte mais problemática da escolha pragmática reside na sua artificialidade. Escolher uma equipa da NFL é uma decisão forçada pelo que se acrescentar o esforço da escolha regional poderá criar uma sequência lógica demasiado artificial e que terá dificuldade em resistir aos desaires desportivos da sua franquia NFL. Ter algo consistente para se consolar nos momentos difíceis é por vezes essencial para manter o seu compromisso que queremos obviamente o mais duradouro possível (até ao cemitério entende-se).
A Escolha regional é no caso da experiência pessoal talvez a melhor opção. Combina o sentimento de pertence aos critérios de respeitabilidade. No caso de uma região escolhida a dedo assegure-se que a zona que descobriu o fascina de alguma forma.
Qual é o Barcelona da modalidade? A Escolha pela performance
Já que vai dedicar preciosas horas do seu Domingo à noite a seguir uma equipa o melhor poderá ser optar pela “mais forte”. Se o raciocínio faz sentido a sua aplicação prática colide com a realidade: Não existem equipas sempre ganhadoras. A NFL é o reflexo dos Estados Unidos, um país continente que abriga grandes cidades com potenciais financeiros muito parecidos e que, no caso do futebol americano, aplica uma gestão criteriosa das forças em jogo através de diversas limitações e do Draft que privilegia sempre a equipa com mais dificuldades. Numa lógica americana o Messi seria jogador do Celta Vigo durante os seus primeiros anos na liga Espanhola e o Barcelona ganharia o campeonato uma vez por década, estando a prazo condenado a tornar-se uma equipa do fundo da tabela numa liga dominada pelo Valladolid. A Evolução na NFL é constante e faz-se de fluxos lentos que ao longo de décadas vai fazendo dos campeões derrotados: É apenas uma questão de tempo.
Ao escolher uma equipa pela sua performance devemos portanto retirar da equação qualquer tentativa de encontrar uma equipa dominadora ao estilo do nosso “soccer”. Resta-nos a escolha pelo património e a escolha pelo “bom momento” da equipa.
Quando falamos de uma equipa como o Real Madrid pensamos numa longa tradição de dominação e por consequente de uma profunda cultura desportiva que reflete o seu património na modalidade. Escolher a sua equipa da NFL com base no seu historial poderá ser uma opção positiva. A NFL faz-se de equipas de poucos anos e de equipas centenárias. A dimensão verdadeiramente comercial do futebol americano faz nascer e morrer equipas conforme a sua situação financeira e as leis da oferta e da procura (as equipas vivem de adeptos). Por vezes estabelecer uma filiação na história total da equipa é um exercício complicado que faz-se de mudanças de nomes ou até de localizações e que nos obriga a questionar se o clube de há 50 anos pode realmente ser considerado como herdeiro legítimo do clube de hoje. Em todo o caso escolher a sua equipa com base na sua história e importância poderá fazer tanto sentido como escolher uma equipa particularmente recente e ter o prazer de assistir ao seu começo. Ambas as opções possuam uma vantagem significativa sobre a apreciação do momento: O Passado está sempre aqui para quem quiser contemplá-lo.
Se optarmos por escolher uma equipa em bom momento de forma poderemos ter alguma segurança num futuro próximo. No entanto no meio de tantas equipas de qualidade poderá ser difícil escolher pois, como já o referimos, a dominação é muito relativa. A melhor opção será neste caso olharmos para certo aspeto do jogo que apreciamos. Aprecio mais as qualidades do ataque ou da defesa? Impressionam-me mais as ações de um corner ou as de um quarterback? Prefiro o jogo corrido de um running back ou o trabalho conjunto de uma primeira linha defensiva? Cada equipa terá as suas especialidades e, por consequente, grandes jogadores nestas posições. Deixar-se seduzir por determinado jogador é muitas vezes uma forma de escolher a sua equipa mas os riscos são grandes. Se optar por essa opção prepare-se para o pior: Se uma saída do jogador para outras paragens ou um fim de careira antecipado afetar o seu interesse pela equipa talvez esta não seja a melhor opção.
A Perfomance é um fator de curto prazo assim como o tempo presente pode não estar à altura do passado histórico. O Ideal é portanto encontrar uma equipa com um historial que o cativa e com um momento presente que corresponde às suas expectativas da modalidade. Se conseguir combinar esses dois fatores estará numa posição confortável e com boas memórias para recordar num futuro menos risonho.
A Teoria do Caos: De tudo se Faz um Fã
A lista de possíveis indicadores para a escolha da sua equipa é praticamente interminável e grandemente aleatória. Há quem escolhe a sua equipa com base no conselho de um amigo. Outros optam pela equipa com o equipamento que consideram mais bonito. Alguns fazem intermináveis exercícios comparativos entre a sua equipa favorita e a equipa da NFL, seja porque esta tem uma mascota semelhante, uma cor de equipamento parecida ou porque o seu jogador de soccer preferido foi à cidade da equipa passar férias o verão passado. Tudo pode ser um fator na escolha desde que esse ato de irracionalidade seja suficientemente forte para justificar a sua fidelidade a longo prazo.
Escolher uma equipa é uma experiência entusiasmante e que compromete o nosso gosto pela modalidade de uma forma mais profunda. Criarmos uma ligação com certa equipa, e isso é particularmente verdade no futebol americano, não implica um “clubismo” ultraortodoxo que não permite a apreciação de qualquer outra. Se o Superbowl consegue atrair a atenção de tantos é principalmente porque a liberdade de pensamento e apreciação prevalece sobre qualquer sectarismo que nos enclausura no universo da nossa equipa de predileção. A nossa equipa é portanto uma componente extra na nossa experiência com a modalidade e não deve ser em nada um fator limitador da nossa visão global. Amar a sua equipa implica respeitar os seus adversários.
Agora que conhecemos os critérios é tempo de olharmos para as nossas equipas, com algum humor obviamente:
AFC West
Denver Broncos
Este ano (2013) os Broncos tiveram que tirar o cavalinho da chuva mas habitualmente sabe bem cavalgar com este animal. Não faltam aliás fãs de Denver pela grande área de influência da qual beneficia a equipa. Quando os seus amigos lhe perguntarem porque apoia uma equipa de “broncos” explique-lhes que se trata de uma nobre raça de cavalo, que dos seus 50 anos e princípio difícil nasceu uma das mais bem-sucedidas equipas da história com duas vitórias no Super Bowl. O Casting do batalhão ofensivo dispensa qualquer apresentação pelo que assumem com o Peyton Manning a posição de líder no ataque. Se já viu um episódio de South Park saberá que Denver é o equivalente americano do Nepal pelo que se planear uma visita por aquelas paragens poderá necessitar de uma garrafa de oxigénio sob o risco de ficar com uma cabeça gigante à semelhança das personagens. Quando dizemos garrafa de oxigénio é favor não confundir com muitas das substâncias que, reza a lenda, são particularmente populares no Colorado psicadélico. Se optar pelos Denver Broncos poder contar com a segurança de milhões de adeptos e momentos de grande futebol.
Kansas City Chiefs
Kansas City tem virtualmente tudo para ter sucesso: Uma base de fãs ampla e dedicada tanto nos bons como nos maus momentos. Se gosta da América rancheira do interior dos Estados Unidos com o seu estilo conservador, os seus modos humildes e a generosidade provinciana de quem caminha pelo campo com Jesus e a bandeira estrelada no pensamento talvez este seja o pasto mais indicado para si. Como qualquer campo infelizmente a colheita nem sempre está à altura e o estilo rudimentar da seta do chefe seja talvez um bom indicador do momento de forma da equipa. A Franquia começa na década de 60 com grande sucesso pelo que é nessa altura que consegue os seus melhores resultados e o seu único troféu Lombardi. Chegado os anos 70 os Chiefs iniciam uma travessia do deserto que só recupera na década de 90 para chegar aos dias de hoje: Uma equipa defensiva implacável, com todos os elementos em mão para ter sucesso mas sem o fator X capaz de lhe garantir a conquista do cobiçado troféu. Se gosta do jogo defensivo este é um bom momento para ponderar esta equipa até porque tem um futuro promissor pela frente e uns adeptos com um entusiasmo contagiante.
Oakland Raiders
Os Raiders são para os 49ers o que os Jets são para os Giants: A Face negra de uma região Futebolística. O Património é no entanto diferente pois se a gestão caótica e o fraco desempenho têm semelhanças nos dias de hoje, os Raiders do passado não só foram muitas vezes ao Super Bowl como lá venceram três troféus entre a década de 70 e 80. Esta “idade de ouro” (ou de prata conforme o equipamento da equipa) é fruto de uma personalidade imortalizada numa série de videojogos: John Madden. Um treinador carismático que simboliza o bom futebol de imortais como Marcus Allen, Art Shell ou Gene Upshaw. Infelizmente após a idade de ouro a equipa entra num declínio progressivo com uma breve (e inútil?) estadia em Los Angeles para depois regressar a Oakland. Se na década de 90 os resultados são ainda contrastados o princípio do novo milénio dão início a um desfile de treinadores e apostas em jogadores com resultados desapontantes. No meio da irrequietação os fãs e a sua lendária agressividade (paixão) mantiveram-se sólidos e coesos apesar de uma clara descida nas vendas de bilhetes. Estes mesmos adeptos são conhecidos por um estereótipo que os associa à cultura dos gangues violentos, o que não passa na verdade do que uma extrapolação sobre o vestuário dos seus membros: Ter um boné dos Raiders não basta para ser fã, especialmente numa cultura onde a moda faz-se de roupa desportiva. Em todo o caso se optar por ser fã dos Raiders poderá sempre jogar com essa ambiguidade e sacar da sua pistola de água para uma selfie ameaçadora: “Os betinhos estão em São Francisco apesar de tudo… Connosco não brincam!”
O que Dizem os Fãs
Carlos “Pigma” Cortesão (Raiders Portugal)
Eu sou fã dos Raiders (LA) desde o ano de 1981, gostava do tipo de jogo defensivo que tinham e do esquema de jogo “vertical”, e essa escolha tornou-se eterna quando nesse mesmo ano os Raiders foram Campeões, ganhando aos Eagles por 27-10. Win, Loose or Tie I'm a Raider 'till I Die! Just Win Baby!
San Diego Chargers
Se lhe apetecer gritar “Carrega Charger!” e “stay classy San Diego” talvez seja bom ponderar a situação da equipa ao estilo mais 80’s da NFL. Os Chargers sofrem do efeito tropical típico dos paraísos americanos: Adeptos pacíficos, desatentos e uma certa falta de ambição. Não há aqui glória na derrota mas antes uma tarde bem passada ao lado de uma californiana como as canta Katy Perry. O Historial da equipa faz-se de grandes jogadores desaproveitados que marcam a evolução dos Chargers: Do talento de Lance Alworth e da equipa promissora da década de 60 até LaDainian Tomlison num contexto onde a fé já parecia ter desaparecido. Neste momento a equipa está à semelhança do seu logotipo digna mas parada no tempo à espera de um sinal capaz de lhe devolver vitalidade. Talvez a perspetiva de uma mudança de estádio e um novo treinador poderão devolver a faísca ao carregador da NFL.
AFC South
Houston Texans
Durante quatro décadas o futebol em Houston fez-se do azul-bebé petrolífero dos Houston Oilers. Após a inevitável mudança da equipa para Tennessee (Os adeptos já tinham desertado por completo as bancadas) nada indicava que a cidade dos astronautas voltaria a ter outro astro da NFL na sua trajetória. Foi preciso esperar pouco tempo para um touro carregar nos seus ombros o regresso da bola oval na cidade dos Rockets em 2002. Em todos os aspetos os Houston Texans são uma equipa jovem e portanto uma equipa em construção. Se nem todas as decisões foram certas (Drafts ridículos dos primeiros tempos) as melhorias progressivas estão à vista e a equipa tem aumentado progressivamente os seus talentos com a chegada de Andre Johnson, Arian Foster e JJ Watt. Este ano tudo indica que o desapontamento da temporada de 2013 será recuperado pela aquisição de um novo QB vedeta capaz de fazer esquecer o mal-amado Schaub. A possibilidade de acompanhar uma equipa em crescimento mas já com uma base forte de adeptos é uma opção atrativa pelo que estes Texans são uma opção a considerar se nos rodeos solidariza mais com a juventude do touro do que com o prestígio de cowboy: Tudo é maior no Texas e as rivalidades não são exceção.
Indianapolis Colts
Os Indianapolis Colts participaram no jogo de cadeiras musicais que decorreu na NFL entre os Ravens e Browns. A história da equipa faz-se de duas cidades e dois quarterbacks. Na fase de Baltimore é o lendário Johnny Unitas que cria o legado com uma equipa fortíssima que conquistou o primeiro troféu Lombardi. Depois da mudança para Indianapolis,em que parecia que nenhum quarterback conseguiria estar à altura da lenda, eis que surge Peyton Manning para consolidar aquilo que, com Andrew Luck, aparenta ser uma escola de sucesso para a posição. Na cidade da ferradura o objeto traz sorte pelo que seguir os passos de Luck poderá ser uma opção gratificante se optar por esta equipa. Pode levantar a cabeça, em Indianapolis uma equipa apoia-se com vaidade… Justificada ou não.
Jacksonville Jaguars
Existe a glória na derrota mas também existe a humilhação. Os Jaguars são considerados por muitos na NFL uma anedota à semelhança de um Guedes num despiste de skate ou do mortal falhado de um afro-americano aprendiz ninja. Infelizmente no mundo da NFL combinar equipa jovem com derrota é um jogo perigoso que namora sempre com a perspetiva de mudança de casa. Tudo começou bastante bem para os Jaguars que demonstraram durante a década de 90 uma boa performance e um forte entusiasmo por parte da população. É com a entrada no século XXI que os Jaguars inauguram o seu abrupto declínio: O orçamento não está à altura e perdem-se jogadores importantes enquanto os adeptos, desiludidos e pouco enraizados, vão desistindo da equipa até deixar o estádio com um vazio preocupante que nenhum desconto parece controlar. Os poucos jogadores de qualidade surgem como trunfos desadequados no meio de cartas incertas tiradas ao sabor dos Drafts. O que resta portanto a Jacksonville? Tal como cantava Johnny Cash: A esperança no sucesso. Nos Jaguars o futuro tem bigode e o sotaque paquistanês de Shahid Khan, o multimilionário proprietário do Fulham FC e o seu projeto para o felino americano. Para além das inevitáveis melhorias no plantel, a vontade manifesta e visível de associar os Jaguars à cidade de Londres poderá ter um interesse significativo para qualquer fã europeu… Valerá talvez passar por uns quantos memes trocistas se a proximidade for algum consolo.
Tennessee Titans
O Estado da música country herdou de Houston os Oilers conhecidos hoje no seu novo território como Tennessee Titans. Desta equipa se poder tirar uma lição valiosa: As Equipas não se fazem só de bons jogadores mas também da imprevisível sorte que os mantem em condições de jogar. Do princípio extremamente positivo, é na temporada de 2004 que surge a infelicidade em efeito dominó com jogadores essenciais a ficarem lesionados, uma situação que dificulta grandemente a vida à equipa ainda nos dias de hoje. Resta o ano de 1999 e a presença no Super Bowl que fica como referência, embora muitos, à imagem do promissor Vince Young (que não passou disso) já perderam a paciência. Há pelos lados de Tennessee uma evidente falta de coesão e controlo sobre o balneário que tornam estrelas em potência como Chris Johnson em oportunistas preguiçosos. O cenário não chega a ser negativo o suficiente para favorecer a equipa nos Drafts pelo que sofre de uma certa incapacidade em acrescentar valor. Em todo o caso os Titans regressarão certamente algum um dia ao topo. Se quiser ser uns dos que “bem tinham avisado” os titãs poderão ser do interesse.
AFC East
Buffalo Bills
Muitas equipas dizem ser de Nova Iorque até ao ponto em que dividir a cidade pelos seus adeptos torna-se uma matemática complicada. Se para si a localização faz tudo e a grande maçã for da sua preferência, os Bills são os únicos a jogarem de facto nessa zona. Fique no entanto avisado os Bills odeiam Nova Iorque tal como Guimarães odeia fazer parte do distrito de Braga pelo que alguma empatia com Buffalo é condição indispensável. Empatia é aliás a palavra certa pois se optar pelos Bills entrará no clube dos adeptos fiéis que veneram uma franquia azarada. Entre as finais de Super Bowl falhadas por todos os maus motivos e o running back homicida mais famoso do planeta, OJ Simpson (aquele afro-americano dos filmes Naked Gun), a equipa está num limbo de descredibilização geral que não corresponde sempre à realidade. Os tempos do ataque veloz de Jim Kelly já la foram e as dificuldades são demasiado evidentes para esperar qualquer reviravolta num futuro próximo. Ser fã dos Bills não é de qualquer forma um assunto de ganhar ou perder mas sim um exercício de fado e fatalidade, uma história de ódio passional com Nova Iorque e o risco constante de se tornar uma equipa canadiense com as ameaças de mudança para Toronto.
O que Dizem os Fãs
Beto Buffla
Quando a tv Band transmitiu pela primeira vez o superbowl no Brasil e o nosso querido Bills era um dos participantes daquele jogo, eu acabei me identificando pelo Buffalo Bills. Pena que perdemos de novo. A partir daí começou minha paixão pelo Buffalo. 1992 Se não me engano.
Miami Dolphins
Um dia Jim Carrey procurou o golfinho raptado dos Miami Dolphins. Dan Marino, melhor quarterback da história da equipa e uns dos melhores de sempre, apareceu e tudo acabou bem. Este talvez seja o reflexo dos Dolphins de hoje em dia, uma equipa abafada pelo seu folclore e mediatismo. Numa altura em que o calor em Miami faz-se de basquete custa acreditar que o talento da equipa da década de 70 já pisou terra neste paraíso americano. Os adeptos da equipa são nos dias de hoje participativos até meados de campeonato, altura na qual já poucas esperanças subsistem e o entusiasmo inicial se dissipou. A Festa em Miami faz-se portanto na pré-season. O Problema organizacional é constante e em muitos casos pouco tem a ver com questões que se resolvem no relvado. Cada novo ano é uma esperança renovada para este peixe que nada em águas (divisão) pouco competitivas. Se optar por esta equipa resta-lhe o consolo de apoiar a opção provavelmente mais conceituada da Florida até porque, parecendo que não, muitas equipas gostariam de ter dois troféus Lombardi no seu historial.
New England Patriots
Os New England Patriots são a história do caixa de óculos atormentado da turma que um ano regressa com quilos de músculos e um cinturão negro de jiu-jitsu. Boston teve na primeira metade do século XX um desfile de equipas de futebol americano (uma das quais se tornaria os Washington Redskins) todas atingidas por um fracasso de consequências fulgurantes. Quando nascem os Patriots na década de 60 a franquia ganha maior estabilidade mas arrasta-se nos resultados e torna-se alvo de chacota: O Século XX embora com resultados contrastados seria mesmo para esquecer. É no fechar de século que surge a grande mudança com a aquisição da equipa por parte de Bob Kraft que no ano 2000 dá início à santa trindade: Kraft, Brady e Belichick. O Século XXI torna-se o terreno de uma dominação rara na NFL com três vitórias no Super Bowl em quatro anos. Boston ganha assim um equilíbrio desportivo raro e muitos adeptos (Portugal não é exceção) encantados pelo mago Quarterback. O reverso da medalha de tamanha reviravolta paga-se pelo ódio negro dos outros adeptos da modalidade, reforçado pelo caso spygate (leitura ilegal dos “signals”) e que confere à equipa uma aura de pragmatismo diabólico à imagem do rosto severo de um Belichick encapuçado. Se ser o advogado diário do caso Spygate não o assusta e faz do ódio adversário o motor da sua paixão poderá certamente juntar-se aos muitos portugueses que apoiam a equipa. Se o desempenho já esteve melhor a trindade assegura sempre um bom espetáculo a qualquer adepto.
O que Dizem os Fãs
Wesgley Ferreira
Amo os New England Patriots por mostrar que nunca uma Partida está perdida, o impossível é possível para Brady e os Patriots.
Marco Castro: Descobri os Patriots em 2006, quando estava de férias nos Estados Unidos, mais concretamente em New Bedford, estado de Massachusetts. Ao ensinarem-me as regras do jogo, ensinaram-me também que em Boston, eram todos Patriotas. Depois foram os jerseys azuis, foram os capacetes prateados, foi o Flying Elvis, foi Tom Brady, foi Bill Belichick, foram os 3 SuperBowls, foi a (quase) perfect season, foi o Gillette Stadium, enfim, penso que não são precisos mais argumentos para justificar um amor à primeira vista. Veio para ficar e hoje, já ocupa 90% do meu coração desportivo!
Guia Giggs (Futebol Americano)
Eu sempre fui fã da cidade de Boston, e como tal quando acompanhava o basket na rtp2 os Celtics foram a minha escolha. Quando comecei a ver Futebol Americano à séria, foi em 2007, e toda a gente sabe o que aconteceu nessa temporada… Os Patriots fizeram uma regular season imaculada, e sendo eles a equipa de Boston não havia dúvidas! Essa seria a minha equipa de eleição e assim foi!
João Paulo
O primeiro jogo que vi foi o “Super Bowl XXXI” entre os Patriots de Parcells/Bledsoe contra os Packers de Bret Favre. Como disseram que os favoritos eram os Packers e eu era adepto desde miúdo dos Boston Celtics torci pela equipa de Boston. Perderam, mas o nome New England Patriots não me voltou a sair da cabeça e como só via os Super Bowl`s, os SB XXXVI/XXXVIII/XXXIX acabaram por me fixar aos “Patriotas”. Adepto mais a sério, só a partir de 2007, primeiro pela Net, depois pela ESPN, SporTV e agora com o Gamepass da NFL.
New York Jets
Rui Veloso cantava que “toda a alma tem uma face negra” e em Nova Iorque os Jets são, no inconsciente coletivo, o lado lunar dos Giants. Enquanto ambos partilham o mesmo estádio (uma perspetiva difícil de imaginar para muitos europeus) considera-se tradicionalmente que os Jets são o menino mal comportado da cidade. Existe aliás nesta ideia um certo preconceito de classe sendo que os Jets são muitas vezes associados aos “blue collars”, a classe mais pobre. Resta que o histórico comportamental dos jogadores nos últimos anos não ajudou em nada em devolver um certo nível de honradez à coesão da equipa. Se pretender ser fã dos Jets assume a sua atitude menos consensual e recorde, como dizia o filme, os Titãs (começo da equipa). O Pior para si será certamente lidar com a falta de sucesso da equipa. Os Jets combinam a proporção adequada de desastre com azar à semelhança de um Mark Sanchez interrompido na sua corrida pelo posterior de um companheiro de equipa. As expectativas incumpridas da década de 80 parecem nunca terem sido ultrapassadas e neste momento ser fã dos Jets implica mais uma paixão pela cultura da equipa do que grandes expectativas sobre os seus resultados. Há nos fãs dos Jets uma certa cultura do coletivo que tornam qualquer acontecimento num momento convivial. Se gosta de Nova Iorque mas não gosta de “betinhos” talvez seja para si uma boa opção.
O que Dizem os Fãs
Paco Lepage (NY Jets Portugal)
Sou adepto dos Jets porque sempre gostei de torcer pelos chamados “underdogs” os menos favoritos. Comecei a seguir mais seriamente a NFL depois de ter o canal ESPN America por cabo. Naquela época em 2009 gostei particularmente da equipa dos Jets pela atitude em campo, aquela defesa fortíssima, aquela imagem dos bad boys, os jogadores e o treinador Rex Ryan com aquela arrogância tipicamente nova-iorquina. Achei que era uma equipa diferente contrariando os paradigmas de uma equipa típica da NFL. Concluindo, sinto que faço parte do Gang Green!
AFC North
Baltimore Ravens
Quando Edgar Allan Poe escreveu o seu poema “The Raven” dificilmente terá imaginado que uma equipa de futebol americano se apropriaria da sua criação horrorífica para fazer dela o seu emblema. O ponto de ligação a esta intelectualidade seja talvez o filósofo da bola Ray Lewis, equipado de um roxo “halloweenesco”, a discursar prose metafisica sobre o significado de vencer. Quem recorda os Baltimore Colts saberá que, à imagem do “the Crow”, os Ravens são o ressuscitar da modalidade na cidade através “da alma” dos antigos Cleveland Browns. Nascidos na década de 90 as primeiras dificuldades depressa desapareceram para deixar lugar a uma referência segura da AFC: Com dois troféus Lombardis em 18 anos de existência há de facto matéria para fazer invejosos. Esta curta história faz-se de um painel de estrelas na posição defensiva que definem a imagem da equipa no inconsciente coletivo. Não sabemos qual será o bruxedo que sustenta tamanha segurança mas se a magia negra não o assustar terá certamente muitos motivos para querer juntar-se à festa.
Cincinnati Bengals
O melhor passado dos Bengals talvez seja a do seu fundador, o head coach dos Browns. Os 90 trouxeram muitas atrocidades ao mundo como a Eurodance, as boysband e um pesadelo de temporada para os Cincinnati Bengals. Felizmente apesar de uma gestão muitas vezes caótica os tigres que fazem da presença nos play-offs uma vitória em si mesmo, têm melhorado progressivamente e o futuro aparenta oferecer muitas oportunidades. Se gosta dos Quarterbacks com cabeleira de fogo, acha que um offensive tackle no hall of fame é pré-requisito indispensável a qualquer equipa e acha que uma estadia na prisão é o complemento essencial a qualquer bom jogador talvez tenha aqui o seu par. Os Bengals já passaram por muita coisa má e, de momento, só precisam de limar as arestas para quem sabe, se os 49ers não aparecerem, conseguir num futuro próximo o inesperado troféu.
O que Dizem os Fãs
Zeca Batista (Cincinnati Bengals – Brasil)
Foi em 2007. O bonito uniforme laranja me chamou primeiro a atenção. Depois, vendo os jogos, o estilo do ataque com T.J. Houshmandzadeh e Chad Jonhson me empolgaram. Por fim, a raça do time, o esforço dos jogadores, e a paixão de uma torcida fanática e empolgada me conquistaram irremediavelmente.
Cleveland Browns
Existem azarados de desprezo mas também existem os virtuosos. Os homens de castanho desafiam a imaginação escatológica pelas suas jogadas mas sobrepõem-se a tudo pelos seus adeptos e o seu compromisso quase religioso com a equipa. Acontece que se optar por ser fãs dos Browns ficará com o legado oficial mas talvez não oficioso. É que esta lebre que é gato, já foi de facto lebre e por lebre deveríamos dizer corvo pois é na década de 90 que a equipa, até agora mítica com figuras como Jim Brown, tem a sua organização inteira a mudar-se para Baltimore deixando a herança do folclore na cidade às mãos de uma gestão menos competente. Se a perspetiva de uma herança indireta não o assuste fique a saber que se há aqui legado de qualidade o mesmo aprecia-se no televisor a preto e branco ou a cor deslavada. A Qualidade aqui não se faz de títulos já que a equipa nunca chegou sequer a uma final do Super Bowl (são azarados recorda-se), mas antes por grandes jogadores e treinadores que cativaram a imaginação de todos pelas suas narrativas pessoais (não faltam filmes com a equipa em primeiro plano). Nos dias de hoje a equipa continua a batalhar embora esteja a evoluir positivamente. Pode contar com um trabalho defensivo interessante mas muita esterilidade no ataque até porque a optar pelos Browns, terá de gostar de mudar de Quarterback como quem muda de cuecas (escatológico avisei). Se para si perder sabe melhor do que ganhar e tem um grande sentido de auto derisão talvez esta seja a sua melhor opção. Não se assuste com uma possível depressão pois pode contar com os fãs para fazer de qualquer derrota uma festa: Rir para não chorar é rir na mesma.
Pittsburgh Steelers
A Equipa começou Pirata mas acabou por optar pelo nome de Steelers tendo em conta a quantidade de anéis e troféus que iria conquistar na sua longa carreira na NFL. Se quiser optar pela equipa com o património mais pesado os Steelers são a escolha certa pois os homens de Pittsburgh são os que mais vezes venceram o Super Bowl com 6 troféus Lombardi conquistados e todos eles divididos num período que vai da década de 70 até ao século XXI. Quem diz conquistas de peso diz também jogadores de ferro como os lendários Terry Bradshaw, Joe Greene ou o desdentado Jack Lambert a inspirarem os jogadores do presente como a torre Big Ben e o cabeludo Polamalu. Não sabemos qual é o segredo que leva os homens do frio de Pittsburgh a apanharem tão milagrosas feitorias como “receções imaculadas” mas valerão certamente o esforço de vestir o negro e amarelo abelha com orgulho: Não faltam os fãs radicalizados à causa do aço… Só falta saber se terá apetite para tamanho colosso.
NFC West
Arizona Cardinals
Os Cardinals são o exemplo de como se torna impopular a equipa mais antiga da NFL. O Segredo? Mudar a equipa ao longo da história um pouco por todo o mapa. É que ao alienar de tal forma os adeptos a equipa destrói o seu legado local e acaba por sempre ter de construir-se do zero. Os Cardinals são portanto uma equipa centenária que na verdade parece ter 26 anos pela sua mais recente mudança para Arizona. Nestes anos no deserto pouco foi conquistado e a falta de fãs faz-se ainda sentir. Para além da presença no Super Bowl de 2009 a história da equipa faz-se principalmente de derrotas e desilusões. Atualmente o problema passa por uma gestão confusa que associa jogadores de talento com falhas de casting para chegar a uma ineficiência completa. Tudo isto tem obviamente um certo nível de “azar” que é importante considerar quando se fala de uma equipa que se desintegra em lesões cada vez que começa a jogar melhor. Ora que aproveitar desta equipa dos Cardinals? Larry Fitzgerald! Se gostar de wide receivers poderá vivenciar uma lenda presente e futura que carrega em si todo o peso desta franquia maltratada. A parte negativa é que para Fitzgerald jogar é preciso o mesmo receber uma bola lançada por outro e isso, em Arizona, é muitas vezes um feito complicado. Se “orgulhosamente só” for o seu lema talvez esta seja a equipa indicada.
San Francisco 49ers
A cidade de São Francisco pode orgulhar-se do seu progressismo eterno, das suas subidas agrestes e do seu património futebolístico de valor inestimável. Quem conheceu a dupla Montana-Rice pode encher o peito como quem pode dizer que teve um Pelé na sua equipa. O Presente não tem nada a invejar ao passado pelo que a consistência da equipa a torna uma das mais estáveis com cerca de 6 Superbowl conquistados. Se o Glamour da costa Oeste for do seu interesse, se gosta de uma claque pacífica e cheia de “hip” e se o passado é tão importante para si como o presente, os 49ers serão certamente uma opção a considerar até porque a equipa é uma das mais populares da NFL.
O que Dizem os Fãs
Caio Henrique Brayner
Porque a começo, não sabia o que era futebol americano até imigrar ao Canadá, e ai, o primeiro jogo que assisti tinha sido Packers vs 49ers no divisional, logo me apaixonei pelo estilo de jogo, o estádio deles, e pela comemoração do KAEP quando faz um Touchdown: Who can be better than I? Nobody!
Vítor Oliveira
Primeiro jogo que vi, super bowl niners vs chargers apaixonei-me pelo jogo e pela equipa.
Depois de fazer uma curta pesquisa tinham o Joe Montana, Jerry Rice, Steve Young entre outros!
Nada mais a declarar.
Seattle Seahawks
A Cidade do grunge é na altura em que escrevo a cidade do futebol americano após a sua conquista do troféu Lombardi. À imagem do mago Gandalf frente ao Balrog, a defesa de sonho da equipa não parece querer deixar passar nada e o cavaleiro Wilson soube fazer-lhe justiça o suficiente para neutralizar de forma embaraçosa o melhor ataque da liga. Há nestes Seahawks todo um folclore de vedetas caricatas como Lynch e o seu Beast Mode alimentado a Skittles ou Sherman e os seus discursos ao estilo da WWE. Esse primeiro troféu surge como a recompensa merecida de uma equipa que muito fez desde o final da década de 80 para vincar na NFL apesar da sua juventude. A Relação com os adeptos tem sido muito questionada ultimamente em grande parte porque os habitantes de Seattle carregam o estigma de um certo oportunismo desportivo que enche o estádio na vitória e o deixe às moscas na derrota. Se essa ideia é em grande parte injusta um novo fã europeu tem felizmente todos os bons motivos para ser oportunista e juntar-se ao “bandwagon”. O Marketing está no seu melhor e todos estão convidados, uma t-shirt dos “Legion of Boom” e uma bandeira farão de si o 12º jogador… Superficial? Nada disso, em Seattle o bom futebol justifica qualquer trivialidade.
O que Dizem os Fãs
João Miguel Santos
Seattle Seahawks, tudo que envolve grunge (O chamado “Seattle Sound”), o meu estilo de música favorito, nasceu em Seattle, as minhas bandas favoritas também são todas de lá, desde Alice In Chains, Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden, Stone Temple Pilots, Mother Love Bone, Foo Fighters, etc. Daí a junção de gosto musical com o desporto, mais em concreto o gosto pelos Seahawks. Nem eu sabia que nunca tinham ganho nada, depois de saber é claro que fiquei um pouco desiludido, mas o tempo foi passando, comecei a perceber mais de futebol americano mesmo antes da época começar, e pensei para mim que nós podíamos ganhar este ano o SB, e no primeiro ano que acompanho NFL, os Seahawks ganham, uma rara coincidência.
João Morão (Futebol Americano)
Escolhi os Seahawks pois aprendi a ver e jogar futebol americano com amigos de Seattle. Aprendi também o que não se ensina: A sentir a tristeza das derrotas e a alegria das vitórias. Desde então e cada vez mais o meu coração é azul, verde e cinzento
Saint Louis Rams
A timidez dos Rams na NFL de hoje contrasta com a omnipresença dos “cornos dourados “na sua história. Ao longo deste percurso este bode conheceu muitos prados de Cleveland para Los Angeles passando por Anaheim até acabar, à rebeldia de muitos, por parar em St.Louis, a cidade do arco iris de aço. Ao desnaturar o sentimento de pertence de muitos adeptos (alguns por culpa própria como é o caso da eterna ingratidão de Los Angeles em relação ao futebol) a equipa foi perdendo a memória de grandes jogadores que imortalizaram uma tradição defensiva que tirou o sono a muitos quarterbacks. O Pior é que mesmo depois de todas as facilidades oferecidas pela cidade de Saint Louis e a conquista do primeiro Lombardi da equipa, os locais ainda não criaram raízes suficientes para afastar ameaças de relocalização quer para regressar a LA quer para aventurar-se até Londres. O momento da equipa parece promissor pelo que o ajustamento da questão ofensiva poderá dar algumas hipóteses à equipa que, de momento, se encontra asfixiada pelo brilho dos Seahawks e 49ers. Se é daqueles que preferem apostar no “under-ram”, que não dispensam de património futebolístico e convivem bem com a perspetiva de mais uma mudança então esta talvez seja uma equipa a ponderar.
NFC South
Atlanta Falcons
Os adeptos que têm, como Ray Charles, a “Geórgia no pensamento” deverão provavelmente optar pelos Atlanta Falcons. O “Dirty South” é terra de feitos futebolísticos com finalizações amargas como o indica o passado recente da equipa e a sua tendência para vacilar na altura dos play-offs. No entanto vacilar nos últimos momentos implica igualmente uma certa consistência que, no caso dos Falcons, ganha forma a partir da década de 70 e continua ao longo das décadas sem quase nunca concretizar uma presença num Super Bowl. A única da sua história acaba com o troféu a fugir-lhe das mãos pelo que o receio de uma maldição está no inconsciente coletivo dos adeptos do falcão. Deion Sanders e Steven Bartkowski são duas das figuras incontornáveis da equipa mas, embora com alguma subjetividade, o inconsciente coletivo da NFL recorda particularmente a imagem de um Michael Vick em grande forma, de negro e vermelho vestido, antes da sua mudança para o pássaro maior de Philadelphia e a sua paixão pelo pugilismo animal. Os Falcons dos dias de hoje contrastam de tal forma com os do ano passado que a performance que se avizinha é um verdadeiro mistério… Se este “suspense” estiver ao seu gosto não hesite em juntar-se à festa.
O que Dizem os Fãs
Leonardo Marques
No começo eu torcia para vários times, mas um dia assistindo a um jogo deles, percebi que esse era o meu time para torce, tendo como ídolo o TE Tony González. Agora todos os jogos que assisto eu torço, vibro, fico com medo, etc.
Carolina Panthers
Na altura em que a abelha da equipa de basquete de Charlotte ornamentava muitos bonés nascia ao lado do marketing do inseto uma pantera negra que haveria de lhe sobreviver. Os Carolina Panthers surgem em simultâneo na NFL com os Jacksonville Jaguars e no entanto cada um evolui para um reconhecimento muito diferente. Ao contrário dos Jaguars os adeptos dos Panthers e o amor que nutre a cidade pela sua equipa não tem nada a invejar a outras franquias históricas da NFL. Nos resultados o Quarterback super heróico Cam Newton faz as alegrias dos adeptos de hoje enquanto o passado recente recorda personalidades como Sam Mills, Steve Smith ou Muhammad. Entre a oportunidade falhada no Super Bowl XXXVIII e a qualidade da temporada de inauguração os 15 anos dos Panthers fazem-se de altos e baixos que obrigam a uma alegria contida. Em todo o caso onde há adeptos há futuro e se o azul elétrico for do seu gosto e o Super-Homem o seu herói preferido talvez tenha aqui a sua equipa.
New Orleans Saints
Na cidade do carnaval os jogadores de futebol disfarçam-se de santos. Nada de surpreendente tendo em conta o percurso de mártir da equipa desde a década de 60. À semelhança dos Patriots, os Saints vieram de muito longe para chegar ao nível de desempenho reconhecido hoje por todos e consagrado na conquista do troféu Lombardi em 2010. Ao longo deste percurso valeram acima de tudo a fidelidade dos habitantes da Luisiana que nunca abandonaram a equipa e continuam ainda hoje a sobrelotar as bancadas do seu Superdome de patrocínio germânico. Se devemos ao Archie Manning alguma obra nos Saints (e ainda mais nos lençóis pois é pai de Eli e Peyton Manning), o rosto da mudança em New Orleans é sem dúvida o do quarterback Drew Brees que desde a sua chegada à equipa tem batido todos os recordes da posição à semelhança dos seus tempos na universidade. Se o bom momento de forma da equipa se encontra interrompido pelo ajuste necessário após o “bounty scandal” (uma estratégia saída do manual “Sweep the leg” do dojo Cobra Kai) não temos dúvidas de que os Saints serão capazes de se manter no céu da NFL… O suficiente para garantir alguma segurança a quem optar por juntar-se ao Tom Sawyer e vestir uma camisola de um muito luxuoso negro e dourado.
O que Dizem os Fãs
João Malha (Futebol Americano)
Depois de sete anos a ver o Super Bowl na Sporttv, escolhendo anualmente uma equipa por quem torcer no dia maior da NFL, o onside kick que virou o jogo de Miami, onde os Saints se tornaram campeões pela primeira vez, conquistou a minha preferência. A ousadia de Payton e a qualidade de Brees fizeram-me apaixonar pela Who Dat Nation.
Tampa Bay Buccaneers
O Sol da Florida não é sempre benéfico para as equipas que lá praticam futebol americano. Há no entanto uma relativa injustiça no caso dos Bucs pois a imagem da equipa é na verdade mais negativa do que aquilo que realmente vale. Com 38 anos conseguiu um bom arranque com um conjunto de rookies e conseguiu o troféu Lombardi na sua primeira ida ao Super Bowl em 2003. A Equipa faz-se de altos e baixos tão repentinos que o olhar menos atento fica-se pelos seus defeitos até porque uma parte significativa dos mesmos se deve à grande confusão que impera na gestão da equipa. Os fãs são eles próprios relativamente desleixados, presentes nos bons momentos e ausentes nos maus, muitos dos habitantes de Tampa não tendo lá origens não chegam de facto a criar um compromisso capaz de conferir estabilidade à equipa. Tudo é feito para chamar a atenção dos habitantes e o próprio estádio é um parque de diversões capaz de distrair qualquer espectador daquilo que está a acontecer no campo. Se gosta de um património mais defensivo Derrick Brooks e Warren Sapp poderão satisfaze-lo nos seus lendários ataques aos quarterbacks. A Equipa muda constantemente pelo que se optar pelos Bucs só lhe resta fazer frente ao marear e deixar-se levar ao sabor das ondas com o consolo de ter a pirataria como símbolo… Afinal de contas quem não gosta de piratas?
NFC East
Dallas Cowboys
Uma equipa de cowboys só poderia carregar a responsabilidade de ser a “equipa da América”. O paradoxo é que para uma equipa emblemática a mesma sofre de um ódio de estimação praticamente unilateral em todo o território. Se ódio for sinónimo de respeito, o historial da equipa com 8 presenças no Super Bowl e os seus 5 troféus Lombardis, tem matéria para fazer invejosos estando na segunda posição dos mais bem qualificados da história da NFL. A caricatura do texano perdido numa dança folclórica em cima do seu jazigo de petróleo não é o único motor desta ridicularização: Dallas teve em quase duas décadas um sucesso mais do que moderado. O melhor exemplo talvez seja o seu quarterback Tony Romo e a sua tendência natural para conciliar talento na irrelevância e trapalhice nos momentos decisivos. Há em todos estes aspetos um certo exagero que faz pairar sobre a equipa uma pressão que coloque os seus jogadores numa posição delicada. A Equipa está neste momento dependente de questões importantes a nível orçamental pelo que mudanças significativas poderão surgir num futuro próximo. Entretanto, no universo impiedoso de Dallas, sobram as lembranças de grandes como Roger Staubach, Troy Aikman, Michael Irvin ou Emmit Smith, homens que darão certamente estômago para engolir as bocas dos outros fãs da NFL e a performance altamente instável dos Cowboys de hoje em dia.
O que Dizem os Fãs
Ricardo São João
Estava a viver no norte da Califórnia e uma máquina de jogos no bowling alley da vizinhança fez pender o meu coração para os Dallas Cowboys. Tinham vencido o NFC East e aquela arcade fazia sonhar…quase tanto como as Dallas Cowboys Cheerleaders.
New York Giants
Existem os “pequenos gigantes” da Disney e os grandes de Nova Iorque. No triângulo da grande maçã, os Giants são certamente os mais populares talvez por serem a equipa mais antiga. Há portanto uma tendência natural que leva europeus a optarem pelos Giants tendo em conta a fama da capital e o sucesso dos gigantes. Estes mesmos argumentos justificam aliás uma certa simpatia por parte de um número significativo de adeptos de outras equipas (Sem contar com os eternos rivais obviamente): A Equipa é tão consensual como o simbolismo pacífico de uma estátua da liberdade. Com a criação da equipa nos anos 30 a memória dos fãs coloca o final da década de 50 como o período de consolidação do prestígio da franquia. São muitos os jogadores que marcaram do seu nome o sucesso dos Giants mas poucas equipas podem revindicar a posse de um dos melhores jogadores defensivos da história, Lawrence Taylor, que deverá se optar por esta equipa tornar-se uma das suas novas divindades pessoais. Já que estamos na esfera religiosa prepare-se para sofrer o implacável ódio dos muitos fãs portugueses de New England… Não tente devolver-lhes o ódio de volta e opte antes pelo tradicional conflito direto com os Philadelphia Eagles.
O que Dizem os Fãs
Fabio Marques (Futebol Americano)
Em 2006 eu quase não acompanhava futebol americano, mas eu assisti a um jogo do Giants, quando perdemos para o Eagles na primeira rodada de playoffs, que me emocionou muito. 23×20 para o time os Phillies e, por terem as cores do meu time de soccer, passei a torcer pelo Giants também.
Philadelphia Eagles
A águia é no nosso país um animal popular muito por causa de uma representante local a quem chamamos vitória. Infelizmente de poucas vitórias se faz a águia de Philadelphia perdida numa NFC East onde todos têm algum sucesso com que consolar-se. Sem qualquer troféu conquistado é de admirar a persistência deste emblema da década 30 que preservou apesar de tudo uma certa aura no inconsciente coletivo. Nunca chove para os adeptos de Philadelphia pelo que ao optar por esta equipa poderá contar com a solidariedade dos fãs mais reivindicativos (malcriados?) da NFL. Para além do mais a equipa vive neste momento uma fase positiva com Nick Foles e Chip Kelly a levantar os ânimos arrefecidos pelo incumprimento de grandes promessas feitas por Michael Vick e Andy Reid… Falta saber se a linha secundária estará à altura do desafio. Pelo sim pelo não a resposta de qualquer fã dos Eagles terá de ser positiva: É só dizer que sim e juntar-se à águia que veste verde.
Washington Redskins
Quando Washington não dedica o seu tempo a tentar avaliar os níveis de racismo do nome da sua equipa de futebol americano, os adeptos da capital limitam-se a apreciar o desempenho em campo dos seus jogadores. A equipa, que hoje depende em muito do estado de saúde do seu novo quarterback vedeta contrasta com os seus primórdios e mais particularmente dos Redskins da década de 80 com nomes sonantes como Darrell Green, Joe Theismann, John Riggins ou Art Monk. A partir de 92 a equipa entra num ciclo de expectativas muitas vezes frustradas com a equipa sempre a poucos jogadores de conseguir um casting à altura do Super Bowl. Este ano não é exceção e dos “Se” se fazem muitas das temporadas dos Skins. Não faltam rivais à equipa de Washington mas aquela que se destaca está à altura da caricatura dos filmes de Western: O Eterno duelo entre índios e cowboys… De Dallas! Se para si as cores do “burgundy gold” ainda estão na moda e se a perspetiva da ter a sua equipa mudar de nome num futuro próximo não assusta a sua carteira de adepto os Redskins poderão ser uma boa opção. Em terra de presidentes o futebol é tradição e não lhe falta nem dinheiro nem fãs para a manter.
O que Dizem os Fãs
Sergio Bertarelli Junior
Passei a acompanhar futebol americano quando tinha 11 anos de idade, o sócio do meu pai voltou para o Brasil e os jogos por incrível que pareça estavam passando na TV Bandeirantes, como ele torcia para os Washingtons Redskins, e os playoffs mostraram 3 dos 4 jogos em que se tornaram campeões e eu passei a torcer para os Redskins desde então.
NFC North
Chicago Bears
Quando era miúdo um mago do basquete chamado Michael Jordan conquistou todos os bonés e t-shirts do recreio com um desenho de touro que tinha Chicago escrito em cima. Quem diria anos mais tarde que acabaria por conhecer o seu primo, o urso, que já por lá andava há décadas. Os Chicago Bears são discutivelmente uma das equipas mais antigas da NFL. A sua presença ao longo destes quase cem anos fez-se de uma regularidade ainda hoje discreta pelo que os seus dois Lombardis conquistados sabem a pouco. Do passado recordamos a grandeza de Walter Payton eterno candidato a melhor Running back da história. Do presente os eternos debates sobre Jay Cutler e os problemas defensivos de uma equipa perdida numa mediocridade intermedia que não ofende nem satisfaz. Se ser confundido por um obeso mal-encarado (um urso) não o assusta e tem, como o Presidente Obama, um grande sentido de auto derisão, a equipa da cidade ventosa seja talvez uma opção a considerar: A equipa está aqui há muito tempo e não vai a lado nenhum.
O que Dizem os Fãs
Marcelo Gravé
Comecei a torcer para os Bears o ano passado, pelo fato de no meu Xbox ter o jogo madden e eu simplesmente fiz uma carreira como WR e acabei caindo lá em Chicago. Fiquei impressionado com os uniformes, o QB Jay Cutler…. Enfim, hoje é uma paixão e fico bravo quando a ESPN não transmite os jogos da minha equipe, é isso !
Felipe Adura: Estive em Chicago, amei a cidade e fiquei impressionado com a beleza do Soldier Field no skyline.
Detroit Lions
Tendo em conta a bancarrota da cidade e o futuro distópico que lhe prometia o filme Robocop este leão não se safa assim tão mal. A Pré-história da equipa está ligada à curta vida dos Spartans de Ohio e começa na década 30. A partir desse momento os bons resultados da equipa entram em declínio na década de 70 com a entrada na NFC Central (North). Com os Bears e os Packers como adversários diretos os resultados são satisfatórios sem nunca infelizmente deixar grande margem para sonhar com troféus Lombardi. Se é fácil recordar jogadores como Barry Sanders, os Lions do século XXI sofrem dos maus resultados dos anos de Millen. A relativa instabilidade da equipa tem como consolo um homem alcunhado de robô veículo: Megatron (Calvin Johnson). Se optar por ser fã dos Lions fique já avisado que muitos adeptos criticarão a cultura de jogo sujo da vossa equipa. Em Detroit os leões jogam com unhas e garras e as almas mais sensíveis e requintadas de outras equipas lidam por vezes mal com esta “agressividade desnecessária” (estamos a falar de uma modalidade onde se ajoelha quando o jogo está ganho).
O que Dizem os Fãs
Eduardo Bispo (Detroit Lions Brasil)
Eu morei em Michigan por três anos, na região de Detroit. O povo do estado é perdidamente apaixonado pelos Lions. Eu comecei a estudar o esporte e também virei um fã apaixonado. Virei fã, durante um MNF EM 2011 contra Chicago, eu não entendia muito do esporte, mas quando vi aquela torcida que ajudou e ajuda o time, aquela roupa azul (uniforme mais bonito da nfl) e os jogadores jogando junto com a torcida e uma grande vitória, eu tive certeza do time que eu ia torcer, até hoje não me arrependi.
Green Bay Packers
Não se deixe enganar pelos chapéus de queijo dos adeptos: Se a NFL fosse um mundo, Green Bay seria património mundial. A História dos Packers faz-se de uma longa história de sucesso e personalidades carismáticas que colocam Green bay numa posição de instituição sagrada. Os Packers nascem na primeira década do século XX num contexto de detalhes caricatos longe das luzes da modalidade multimilionária que conhecemos hoje e que perdura ainda nos nossos dias ao mais alto nível da competição como única equipa da esfera pública sem fins lucrativos. Poucas são as equipas capazes de superar a popularidade do seu território como é o caso dos Packers em Green Bay no Wisconsin. A Cheesehead nation é um valor seguro com 4 vitórias no Super Bowl que saberá seduzir muitos fãs aprendizes da NFL. Falta saber se uma opção tão consensual corresponde ao seu gosto.
O que Dizem os Fãs
André Novais de Paula (Futebol Americano)
Um dos jogos mais marcantes que vi no início quando estava a descobrir o Futebol Americano terminou com a vitória dos Green Bay Packers. Bastou isso para que passassem a ser a minha equipa
Pedro Pedreira
Sou adepto dos Packers para além de terem sido a primeira grande equipa da competição, têm atrás dela o nome Lombardi, mas acima de tudo são uma grande equipa que não está sediada em nenhuma das grandes metrópoles.
Jorge Nuno
Comecei a ver a equipa a jogar nos tempos do Favre (o “gunslinger” puro) e era incrível vê-lo meio desengonçado a “dissecar” defesas. Se juntarmos o sistema de gestão da equipa, em que os adeptos são os donos da equipa, é quase impossível não gostar (ou simpatizar, pelo menos) com os “Cheeseheads”.
Guilherme Jacques
Quando eu comecei a acompanhar a NFL eu não tinha noção para quem torcer, até que assisti a um jogo dos Packers e me apaixonei. Não existe um time mais brasileiro do que o Green Bay Packers! Ele tem as cores que temos em nossos uniformes e não falta raça! Não tinha como ser diferente, e quando me dei conta eu já era um cheesehead. Go Pack Go!
Hugo Teles (Futebol Americano)
Packers , pela historia (lombardy) , por ser a única equipa sem fins lucrativos , por ter um esquema mais europeu sendo a unica equipa que não tem um proprietário , mas sim a população de Green Bay e sendo uma equipa de pessoas, pelo povo e para o povo.
Mauro Cadete
Programa do Jimmy Fallon antes da Superbowl XLV. Um jogo em que um haviam balões dos Steelers e Packers e um cão “adivinho” tinha de os rebentar, e o balão da equipa que ganhasse seria o vencedor. Antes do início escolhi os Packers (só porque sim xD), acabou por ser o último balão, acabaram por ganhar nesse ano, e foi um início de uma grande relação!
Minnesota Vikings
Se há quem diga que os Vikings foram os primeiros a chegar à América os Escandinavos da NFL não foram os primeiros a chegar ao Minnesota. É na década de 60 que o capacete cornudo toma conta da bola na região após tentativas falhadas de outras equipas no princípio do século XX. Se muitos grandes jogadores passaram pelos Vikings os mesmos, tanto com Alan Page e os “Purple people eaters” ou os mais recentes Brett Favre, Moss ou Peterson, ficaram sempre a curta distância de chegar ao troféu que tanto faz falta à reputação desta nobre franquia. A presença no Super Bowl deixou há algum tempo de ser dado adquirido já que a equipa só lá marcou presença na década de 70. É que até para um Viking a vida não é fácil quando se navega pelas ondas do muito competitivo mar da NFC North e os seus colossos Green Bay Packers e Chicago Bears que, fatalmente, acabam por representar o maior ódio de estimação e um desafio que quando superado não é poupado em festejos. É de estranhar a boa disposição no estádio coberto dos Vikings se olharmos para o historial de conquistas pelo que o segredo estará na fidelidade dos adeptos e a capacidade de estabelecer fasquias psicológicas alcançáveis. Para muitos bastará ver o mago Peterson atravessar o campo como um foguete nórdico para ficar satisfeito. Não se deixe no entanto enganar, o sonho do Super Bowl ainda não adormeceu e faz-se de um profético Quarterback capaz de colocar o jogo aéreo em cima da mesa … Se este sonho lhe parece bom, juntar-se ao roxo e amarelo é uma opção a considerar.
O que Dizem os Fãs
Paulo Pereira (Futebol Americano e Minnesota Vikings Portugal)
Sem referências a nível de equipas, quando a adoração pela NFL passou a obsessão, resolvi ter uma abordagem menos clubista no visionamento da competição, de forma a poder fruir de tudo, sem estar condicionado por “fanatismos”. Criei empatia pelos Vikings por causa de Favre. Simples assim. A sua perseverança, a indómita capacidade de continuar, mesmo com aquela idade, o desafiar da passagem do tempo, tentando mostrar que era, ainda, um jogador de qualidade, fizeram-me perder de amores por ele. E, depois, pelo clube que o acolheu.