New Orleans Saints: Em Modo de Reconstrução

João Malha 10 de Março de 2016 Equipas NFL, NFL Comments
New Orleans Saints

New Orleans Saints: Em Modo de Reconstrução

São o 8 e o 80 desta Liga. O melhor ataque no passe, a pior defesa em termos gerais. Esta é a realidade dos New Orleans Saints. Uma dura realidade que tem sido regra desde 2012. Apenas a época de 2013 inverteu esta tendência, com uma súbita melhoria defensiva, que rapidamente se esfumou, demonstrando que esse ano melhor foi sol de pouca dura.

Como os últimos campeões o têm demonstrado, a defesa é fundamental para sonhar com o tão desejado Troféu Lombardi. E se os Saints querem repetir o título de 2009, sabem que têm de melhorar drasticamente a nível defensivo. Até porque Drew Brees não é eterno e poderá dar 2 a 3 anos ainda próximo do seu melhor, pelo que é conveniente aproveitar o combustível que Brees ainda tem no depósito.

Com a chegada da offseason, é tempo de fazer balanço e pensar no próximo ano desportivo. E Sean Payton e Mickey Loomis, GM dos Saints, têm muito que melhorar. Os Saints foram a segunda pior defesa em jardas permitidas por jogo, a pior defesa em pontos sofridos, a segunda pior defesa tanto contra o passe como contra a corrida e a que mais TD permitiu aos adversários.

Por onde começar? Difícil dizer, mas o treinador Sean Payton já veio dizer que a prioridade é melhorar o pass rush. Porque os QB têm tempo a mais para passar contra os Saints. Reduzir esse tempo é fundamental. Por isso, não surpreenderia se a primeira escolha do draft da equipa do Louisiana fosse um Defensive End. Tudo parece apontar nesse sentido.

Até porque a outra grande prioridade é o centro da DL, tackles capazes de parar o jogo de corrida e também pressionar o QB contrario. Porém, a enorme profundidade do draft deste ano a esse nível, de acordo com todos os especialistas, pode levar a que essa posição fique para a segunda ronda com muitas opções de qualidade ainda disponíveis nessa fase, acredita-se.

Se calhar até serão necessários dois tackles defensivos, mas poderá aparecer algum vindo do free agency. A mesma questão se poderá colocar em termos de Linebackers. Um que possa render Dannel Ellerbe, ele que está constantemente lesionado e que já se sabe que poderá não estar disponível em vários jogos.

Estas serão as três prioridades óbvias, mas poderá ainda chegar um Cornerback pois Keenan Lewis tem passado os últimos dois anos mais vezes na enfermaria do que no campo, pelo que faria sentido encontrar uma solução a esta nível.

E apesar do foco ser a defesa, com estas 4 ou 5 jogadores das posições mencionadas a ser prementes, o ataque ainda precisa de alguns retoques certamente.

A saída do Tight End Jimmy Graham não foi totalmente suprida, apesar da fantástica época do veterano Ben Watson (que entretanto também se foi embora, para os Baltimore Ravens). Contudo, na redzone, Graham fez muita falta, como se pode ver pela redução da eficácia do ataque liderado por Brees face aos anos anteriores.

Por isso, é certo que vai surgir, via draft ou free agency, um TE que garanta não só bloqueios de proteção a Drew Brees, como possa dar novas possibilidades e alvo na fase de decisão do campo.

Outra das prioridades no ataque, mais até que o TE, é a posição de Guard. A saída de Jahri Evans, o veterano e um dos poucos sobreviventes da equipa do título em 2009, obriga ao reforço da posição. Quem sabe a dobrar pois para alem da saída de Evans como RG, as opções para LG não convenceram especialmente, pelo que talvez não fosse mal considerar essa hipótese.

E a fechar, a saída de outro dos veteranos sobreviventes de 2009, o WR Marques Colston. Ele que foi o fiel alvo de Brees durante quase uma década. Há um ano reduziu o contrato para continuar, mas a época não foi brilhante e agora irá ser cortado pelo que um novo WR poderá ser também um objetivo. Se bem que Brandon Coleman é visto como o seu sucessor. O alto e esguio receiver parece ser uma cópia de Colston, e após o ano de rookie passado na pratice squad dos Saints, após não ter sido escolhido no draft, este ano começou a ser opção e conseguiu mostrar qualidades que podem fazer dele um dos principais receivers da equipa nos próximos anos.

Muito trabalho nesta offseason é uma certeza para Payton e Loomis. Porque depois de seis anos de sonho desde que Payton e Brees chegaram a NOLA, os últimos têm sido de pesadelo. Haja pontaria no draft e mestria e cap space para atuar no Free Agency.

About The Author

João Malha

Profissional da área de comunicação e marketing, e sempre ligado ao desporto, sempre me fascinou o conceito de showbiz dos norte-americanos no que toca à promoção de qualquer espectáculo desportivo. Quando em 2003, a SportTv transmitiu pela primeira vez o Super Bowl, com estrondosa vitória dos Buccaneers de John Gruden sobre os Raiders, a curiosidade cresceu e ano após anos comecei a seguir as transmissões do maior evento desportivo mundial. Mas como em tudo na vida (pelo menos na minha forma de estar), é preciso um motivo mais forte para nos agarrarmos às coisas. Uma paixão que nos alimenta. E foi isso que aconteceu em 2010, aquando da final de Miami, ganha pelos Saints frente aos Colts do lendário Peyton Manning. Nesse dia senti finalmente que aquela era a minha equipa! E o aparecimento da ESPN America ajudou a não mais largar este desporto espectacular, que sigo semanalmente. Na Week 1 da temporada 2012/2013, cumpri o sonho de ir ver um jogo dos Saints ao vivo, ao Mercedes-Benz Superdome. Não vi os Saints vencerem, mas quem sabe se não terei a oportunidade de dizer que assisti ao primeiro jogo na NFL de um dos maiores QB’s da sua história, Robert Griffin III. Ver os Saints ao vivo foi uma experiência única que me faz olhar para o desporto com outros olhos. Quero saber mais e mais sobre o jogo, a sua história, lendas, regras, tácticas, etc. Let’s play ball!!!!