NFL Touchdowns & Turnovers: Week 13
Touchdowns
1- Star of the Show
Richard Sherman é uma personagem. Jogador excelente, cornerback de enorme qualidade, tem aquela faceta cartoonesca, que o transforma numa celebridade histriónica, com um ego descomunal e uma confiança que se equipara a soberba. Mas não me entendam mal. Gosto dele e deste papel que ele desempenha. A NFL também é isto, mesmo que Goodell e os seus pares tentem transformar a competição numa liga de bons costumes, erradicando comportamentos que achem nocivos ao espectáculo. Mas o taunting, a fanfarra, a provocação gratuita, ajudam a apimentar confrontos, a exacerbar rivalidades e a vender o próprio produto. Os embates entre Seahawks e 49ers são sempre intensos, com os níveis de agressividade no ponto mais alto, numa rivalidade figadal, que ganha contornos bélicos duas vezes por ano. Todos nos recordamos da fantástica prestação de Sherman na final da NFC, no ano passado, defendendo magistralmente o passe final de Kaep para Crabtree, e o aparato mediático posterior, quando o mesmo Sherman confrontou o wide receiver. O politicamente correcto na América colocou-lhe a capa de vilão, depois disso. Mas Sherman, pouco imcomodado com pruridos morais, continuou o mesmo. E ainda bem. Na reedição do embate, nesta temporada, foi ele uma das grandes figuras do jogo. Os Seahawks, dominadores do princípio ao fim da contenda, tinham o jogo perfeitamente controlado. No final do 3º período, com o resultado praticamente definido, uma grande porção do público afecto aos da casa começou a abandonar o estádio. Sherman apercebeu-se do êxodo. E quis deixar a sua marca. “I waved them goodbye”. “I told their sideline if they threw it my way I would end the game”. Fanfarronice? Nem por isso. Kaep lançou na sua direcção. O resultado não foi bonito para os 49ers. Duas intercepções e game over.
2- Altruísta
No turbilhão de notícias diárias sobre a NFL é normal que algumas passem abaixo do radar, sobretudo se não estiverem directamente relacionados com o que se passa dentro do relvado. Numa altura em que a competição está ao rubro, com duelos faiscantes e intensos, jogos competitivos e resultados imprevisíveis, a doação de 11 milhões para o Hall of Fame, feita pelo benemérito dono dos Saints, passou quase despercebida. Remetida para o rodapé dos serviços televisivos, ou merecendo uma curta referência nos blogues e sites que acompanham a liga, esta dádiva constitui mais do que isso. Não é um mero donativo, se bem que chorudo. É o início de algo que define o termo filantropo. Benson é um visionário, no alto dos seus 76 anos de idade. Convivendo, como dono dos Saints, com a doença que minou um dos seus jogadores, Steve Gleason, e com o dano massivo que o Katrina provocou na região sob a égide dos Saints, Tom Benson sabe que a entreajuda, a criação de bases futuras para apoio de carenciados, o esforço concertado duma comunidade, podem fazer toda a diferença. Grande parte dos seus 11 milhões serão usados, exclusivamente, na remodelação do estádio anexo ao complexo do Hall of Fame. É lá, nesse local transformado em memorial, que se pretende imortalizar e prestar homenagem aos grandes nomes que ajudaram a cimentar a NFL como um desporto popular. Mas um estádio, um museu, um local de culto para reverenciar atletas, treinadores e dirigentes pode, no fundo, parecer uma mera celebração do fútil, do supérfluo. Falta algo. Uma casa, moradia, local ou o que lhe queiram chamar, que dê a mão, que faça a ponte entre o passado e o presente, entre quem tem e quem precisa. Tom Benson não fez um donativo. Lançou um repto. A que ninguém pode ficar indiferente. Um milhão doado por ele será para gasto restrito para um novo projecto. Um denominado Legends Landing, destinado a ajudar jogadores reformados, com problemas económicos ou de saúda. Será uma espécie de porto de abrigo, um lar na verdadeira acepção da palavra, um Hall of Fame Village. Um refúgio para quem tanto deu ao futebol e, por contingências da vida, necessite de retribuição. Benson deu o pontapé de saída para uma ideia que tem forçosamente que seguir em frente. O desafio foi lançado. E as palavras de Benson desmistificam tudo.
“While the donation that I am providing to the Pro Football Hall of Fame will be used for a number of major projects, it is the Legends Landing, which is a mixed-use residential facility for seniors, that has garnered my main focus. Should a current Hall of Famer or legend fall on a tough time, they would literally have a place to ‘land’ and find a home. It is with sincere respect, therefore, that I invite each of you to join me to support the Pro Football Hall of Fame and match, at any level you feel comfortable, my gift of $1 million specifically targeted for the Legends Landing.” Por isso, abram os cordões à bolsa, senhoras e senhores. Tornem o sonho em realidade. Está nas vossas mãos…
3 – Watt a Player
MVP. MVP. MVP. Já não é a modinha da imprensa, ou o benefício dos favores do público, que vê em JJ Watt o good guy, o jogador exemplar, íntegro fora de campo e com uma enorme ética de trabalho dentro dele. É difícil para um defesa vencer o prémio de jogador mais valioso da liga? É. Diria mais. É praticamente impossível, numa liga onde as recentes alterações das regras transformaram a prova numa competição vincadamente de passe, facilitando a tarefa aos quarterbacks. E estes, pela especificidade da posição, atraem atenções e monopolizam as nomeações. É injusto para os restantes? De certa forma, sim. Li recentemente uma ideia, num daqueles artigos de resposta a perguntas formuladas por fãs, que achei interessante. A criação de um novo prémio. O MVQ, ou most valuable quarterback. Este elegeria o melhor, entre os seus pares, deixando o MVP livre do jugo posicional. Mas se existe um ano em que um defesa pode sonhar em receber essa distinção, é este. JJ Watt tem feito história nos Texans, realizando exibições espantosas. Uma atrás da outra. Contra os Titans, mais do mesmo. Algo ausente contra a corrida, mas imperial na pressão sobre a OL. Foram 2 sacks, um deles monstruoso sobre Mettenberger, debilitando o rookie, 6 hits, comprovando a capacidade regular de disrupção, um forced fumble e um fumble recuperado. Podia ter ficado por aqui. Mas a sua disponibilidade tem-no levado a ser incorporado no ataque, onde a sua estampa física o transformam num substituto de TE. Numa dessas incursões, mais uma recepção e um touchdown, o 3º proveniente do jogo aéreo, o 5º numa época alucinante. JJ Watt tornou-se o primeiro defensive lineman, desde 1944, a obter cinco touchdowns numa temporada. Chega para convencer os votantes dos seus méritos? Será difícil levar de vencida Aaron Rodgers. Ou Peyton Manning. Ou Tom Brady. Mas eu acredito…
4- Sacred Cows? Apparently Not!
Eu compreendo a dor. Também jogo fantasy. Sou viciado. Engendro tácticas, faço rascunhos, aponto nomes, aposto em third stringers, rezo para um jogo monumental. Qualquer fã que se preze tem a sua estratégia e tenta ganhar vantagem sobre os opositores, sobretudo quando a época está a meio e as decisões estão à porta. Cada jogo conta. Por isso, quando Jonas Gray explodiu mediaticamente, parecia um sonho. Um daqueles difíceis de realizar. Um running back desconhecido, que de um momento para o outro salta para a ribalta? Difícil de acreditar, certo? Mas aconteceu. 200 jardas terrestres e 4 touchdowns, numa equipa cujo ataque parece o rolo compressor. O final do jogo e o despertar para a realidade do que tinha acabado de acontecer, nesse jogo contra os Colts, provocou uma corrida em série. Gray passou a ser cobiçado ardentemente. Todos os donos de equipas de fantasy viram nele a salvação da temporada, a peça perdida que daria uma consistência tremenda ao roster e desafiaria a lógica nas jornadas finais. Não entrei na histeria generalizada. Não porque tenha desconfiado de Gray. Mas porque fiquei escaldado, em anos anteriores, pela opções tácticas de Bill Bellichick. É desconcertante escolher Stevan Ridley e ver o técnico dos Patriots dar a maioria dos snaps a Vereen. Ou vice-versa. Desta feita, deixei-me estar, controlando o impulso. Foi a melhor opção. Gray passou do melhor jogo da sua ainda curta carreira, cuja marca brutal lhe valeu a capa de Sports Illustrated, a proscrito, no curto espaço duma semana. Bastou um treino a que chegou atrasado e o bom do Bill mostrou-lhe que a vida dum jogador profissional não é apenas feita de glamour, elogios e momentos doces. A ética de trabalho é parte integrante na vida quotidiana. Gray, no jogo seguinte, não teve direito a um único snap. Pior. Viu como o recém chegado LaGarrette Blount ganhou protagonismo. Uma extensa legião de jogadores de fantasy ficaram à beira de um ataque de nervos. Mas Bill Bellichick deu uma lição. A Gray. E a todos os que pretendem fazer carreira no ultracompetitivo mundo da NFL. Com ele, não há vacas sagradas.
Turnovers
1- House on Fire
É um dos assuntos do momento. Robert Griffin III vai ser backup, provavelmente para o resto da temporada. O quarterback por quem os Redskins perderam a cabeça, no draft de 2012, vê assim chegado ao fim o seu curto reinado na capital americana. Não é crível que, depois da escalada de críticas de Jay Gruden, a relação entre atleta e head coach volte a ser a mesma, edificada em respeito mútuo. Recapitulemos: Após mais uma derrota, RG3 resolveu, em conferência de imprensa, descartar o grosso de culpas que lhe eram assacadas, apontando o dedo à (falta) qualidade que o rodeia, atirando toda a equipa para debaixo do autocarro. Grosso modo, RG3 limitou-se a dizer que Manning, Rodgers e Brady vencem, quando têm valor acrescentado à sua volta. Jay Gruden não gostou. Podia ter gerido a situação de forma diferente, internamente, procurando sanar feridas abertas no balneário, tentando concertar divergências. Mas não. O técnico foi explosivo, mimoseando de seguida o seu QB com uma entrevista em que deitou gasolina para a fogueira. Expressões como “fundamental flaws”, “performance not nearly good enough”, “he’s auditioned long enough. Clock’s ticking” ou ““since the preseason, in the games that he’s played, our production from an offensive standpoint has been awful. I think five touchdowns in all the drives he’s played, for whatever reason, and that’s not good. We’re still trying to figure that out.” A carreira de RG3 foi colocada assim, de forma descuidada, à beira do precipício. Haverá quem aplauda a frontalidade do técnico. Quem ache que ele se limitou a verbalizar o que muitos pensam. Eu repudio o conteúdo, o contexto e a forma. RG3 é um activo dos Redskins. E dos valiosos. Depois do seu ano 1, em que foi eleito o rookie do ano, RG3 tem vivido condicionado, com debilidades físicas visíveis. É normal que Gruden não se fidelize ao jogador que não foi escolhido por si. É igualmente normal que procure vencer, usando as melhores armas. E é até compreensível que coloque o quarterback no banco, face ao seu mau jogo. Mas RG3 está numa encruzilhada. Tal como os Redskins. 2015 será o seu 4º e ultimo ano do contrato. Se Gruden, como demonstra, não gosta dele, uma troca ou dispensa será inevitável. Mas a vendetta do técnico, humilhando publicamente o jogador, apenas desvalorizará o seu valor numa trade. Se, por outro lado e face ao investimento feito em RG3 (3 picks de 1º round) os Skins resolverem accionar o 5º ano do contrato (tem que ser feito até à offseason de 2014), não faz qualquer sentido sentar o jogador, impedindo-o de evoluir e aprender o sistema táctico de Gruden, completamente diferente da read option de Shanahan em que RG3 foi criado. Até que isto seja resolvido, a casa continuará a arder, em Washington, no habitual circo mediático em que a franquia costuma mergulhar recorrentemente.
2- Thanksgiving Nightmare?
Os Cowboys são uma equipa de 8-8, como nos últimos anos? Olhando para o recorde deste ano, antes do jogo no feriado frente aos rivais Eagles, ninguém pensaria que era possível ter nova época assim. 8-3, antes desse encontro caseiro, onde a equipa claudicou. Claramente. O que veio relembrar fantasmas antigos, esse Adamastor que parece tolher a franquia de Dallas, nas grandes decisões. E o Adamastor imaginário de Romo e seus pares aparece quase sempre nesta altura do ano. No Thanksgiving Day, esse feriado tão popular e enraizado na cultura americana, os jogos são transformados em pesadelos recorrentes. Este ano os Eagles atropelaram os Cowboys por 33-10. Mas, e antes? Ano de 2011. Recorde de 7-4. Até esse dia. Depois, derrota em 4 dos últimos 5 jogos, perdendo duas vezes para os Giants, que reivindicaram o título da NFC East. 8-8. Repetido um ano depois, ainda sob a égide de Jason Garrett. Parecia, por momentos, que os receios que tolhiam a equipa tinham sido ultrapassados. Perdendo no Thanksgiving, a equipa reagiu, vencendo 3 jogos consecutivos, até chegar a um 8-6 que abria excelentes perspectivas de apuramento. Puro engano. Nessa altura, de clara especulação sobre o futuro de Garrett, comentava-se nos bastidores que Jerry Jones namorava com Sean Payton, tentando trazer o técnico dos Saints, então a cumprir um ano de castigo, até à capital texana. Talvez crente de que desta seria de vez, Jones esfregou as mãos de contentamento com os playoffs à vista. O resultado não foi bonito. A equipa perdeu as duas últimas partidas, a última frente aos Redskins, numa espécie de final de divisão. O vencedor levaria tudo: título e playoffs. Robert Griffin III sobrepôs-se a Romo e novamente os Cowboys terminaram com um insonso 8-8. No ano passado foi ainda pior, com a equipa a cair a pique após o feriado do peru, vendo os Eagles coroarem-se campeões…no seu próprio estádio. E agora, após o desaire frente aos Eagles? Para já, um 8-4 e 10 dias de descanso. Mas depois, vai ser a doer. Em Chicago, contra uns Bears medíocres, mas imprevisíveis. Só piora, depois disso. Em Philadelphia. Em casa, contra os Colts de Andrew Luck. E fecho da regular season em Washington, inimigos declarados, que venceram em Dallas. Sou só eu, ou isto vai mesmo correr mal? Outra vez? Um dado adicional, para apimentar a questão. As 4 derrotas dos Cowboys em 2014 aconteceram…em casa. Home sweet home? Não lhes digam isso…
3- As minhas stats são melhores do que as tuas…
Esta apanhei-a por aí, num dos imensos sites que proliferam em redor da NFL. E colocou-me a pensar. Quantas opiniões são formadas, muitas vezes, baseadas apenas em números, colocando a tónica da argumentação em percentagens e não no jogo que vemos, dentro de campo? Quão importante é dissecar as estatísticas dum jogador, em determinada posição, fazendo juízos muitas vezes prematuros, mas que funcionam como dogmas? Vem isto a propósito de quê? Duma discussão, num fórum de futebol americano, sob os méritos – ou falta deles – para Eli Manning poder ser considerado, quando se reformar, um Hall of Famer digno. Os argumentos foram acesos, numa disputa que não teve um vencedor declarado, entre apoiantes do quarterback dos Giants e os seus detractores. Mas existiu um fundamento que me cativou. E despoletou esta pequena prosa. Dizia um dos apoiantes de Manning que, por muitas INTs que ele lance, até final da carreira, e muitas asneiras que cometa, o lugar dele está reservado nesse panteão onde entram apenas os melhores. Porquê? Por uma comparação que ele fez com um monstro, um herói popular na Big Apple. Joe Namath, o irreverente quarterback que desencadeou paixões e conduziu os Jets ao seu único título na NFL. Namath venceu o Super Bowl no seu ano 4 como profissional. Depois? Bem, depois foi uma descida acelerada para o abismo da mediania/mediocridade. Nas 8 épocas seguintes à conquista, 65 titularidades, 25 vitórias e 40 recordes. Awful? Ainda não viram tudo. 50% de passes completos, 76 touchdowns e 116 intercepções, com um rating de 59,9. A época era outra, o elenco em redor dele podia não ser talentoso, mas os números não impressionam. Mas Namath está aí, tido como um dos grandes nomes da história. Pois.
4 – Hand’s Up, Don´t Shoot
Foi amplamente divulgado nos media uma fotografia de 5 jogadores dos Rams a entrarem em campo, durante as habituais introduções pré-jogo, com as mãos levantadas, simulando o gesto de rendição que se vê nos filmes e séries de acção. Um gesto que encerra, acima da tudo, polémica. Jared Cook, Stedman Bailey, Chris Givens, Tavon Austin e Kenny Britt resolveram politizar um tema quente na sociedade americana, após a divulgação do veredicto que ilibou o polícia que tinha abatido um adolescente, em Ferguson. A questão é apenas uma: deve um jogador profissional, atleta remunerado, usar o local de um jogo para mostrar simpatia com uma causa, seja ela política ou social? Tem que existir uma distinção entre o que é o papel de um jogador e um cidadão, não podendo numa situação destas coexistir ambos no mesmo corpo? A situação ocorrida lembrou outra, bem mais famosa, nos jogos olímpicos do México, em 1968. Lá, os atletas Tommie Smith e John Carlos usaram o pódio para mostrarem o seu apreço pelo movimento “black power”. Agora, a NFL torna-se pioneira na crítica ao poder policial. Porque, salvaguardando qualquer opinião alheia, o gesto dos jogadores dos Rams é eloquente e fala por si mesmo. É, no fundo, a dramatização da velha questão racial, ressuscitando fantasmas que, por muito enterrados que estejam, voltam pontualmente ao activo. É a manutenção da galopante teoria da conspiração, que vê na figura da autoridade o braço persecutório, típico vilão das novelas, que esmaga e persegue a diferença. O gesto foi, acima de tudo, perigoso. Porque, replicado perante uma massiva audiência, pode levar à adopção de comportamentos desviantes em adolescentes, fomentando uma revolta/raiva que o veredicto do caso procurou sentenciar. Os Rams, ao invés de encolherem os ombros e titubeantemente comentarem que são adeptos do discurso livre, podiam ter dado uma mensagem. O campo de jogo é feito para jogar. A Justiça, essa, é terçada em salas de tribunal, em sentenças que, mesmo não agradando, devem ser respeitadas.
5 – Sanchize is Back, or The Life as We KnowIt
Durou uma semana. Míseros 7 dias. O estado de graça de Mark Sanchez na NFL sumiu-se. Assim, num passe de mágica. Na semana passada era uma lufada de ar fresco, o jogador ideal para orquestrar o diabólico ataque dos Eagles de Chip Kelly, o elo perdido que, com a sua tenacidade, soube reerguer-se dos escombros do butt fumble e de outros episódios caricatos. Agora, numa nova cidade, aclamado vitoriosamente por fãs em delírio (caramba, até foi publicitado que Sanchez jantou com eles, no pós jogo), Sanchez parecia uma nova história. De sucesso. Teria o quarterback conseguido fugir da nuvem negra que o persegue, ao longo da carreira? É uma pergunta retórica. Todos nós sabemos a resposta. Um NÃO rotundo. Sanchez não é um mau quarterback. A sério. A sua qualidade eleva-se pouco acima da mediania, uma espécie de jogador talhado para ser, quando muito, um game manager numa franquia com um plano de jogo que erradique a necessidade de lançar muitas vezes. Mas não lhe peçam mais do que isso. Contra os Packers, numa injusta comparação com a contraparte do adversário, a recente confiança de Sanchez empalideceu. De vergonha. Tudo, ou quase tudo, correu mal, transportando-nos a reminiscências do passado. Quantos jogos dele vimos, similares a este? Passes a falharem receivers abertos, as intercepções da praxe, os fumbles em movimentos de rotina. Tolhido pelo ambiente, nervoso por defrontar Aaron Rodgers, Sanchez desceu à terra. Não existe redenção para o ex-pupilo de Pete Carroll em USC. Os seus 15 minutos de fama foram vividos. Na semana passada. Agora, os fãs dos Eagles contam os dias até ao regresso de Nick Foles. E isso diz tudo quanto ao ponto em que a carreira de Sanchez chegou.






